Um brasileiro está entre os torcedores que ficaram presos no estádio Roi Baudouin, em Bruxelas, após um atentado supostamente terrorista que deixou dois mortos próximo ao estádio. A partida entre o time da casa e a Suécia foi interrompida após as equipes terem se recusado a voltar para o segundo tempo depois do ocorrido, quando ao menos três torcedores foram baleados. Segundo a emissora RTFB, essa terceira vítima, um taxista, está fora de perigo. Depois de algumas horas, os torcedores foram liberados para deixar o estádio, mas aos poucos e seguindo orientações das forças de segurança locais.
"Estádio começando a ser esvaziado. Suecos primeiro com escolta policial e vão pra lugar seguro", contou o jornalista brasileiro da Al-Jazeera Raphael Garcia ao GLOBO.
"A gente ia sair do estádio 23:10. Atrasaram pra 23:30. Nada. Eu já não tenho como voltar pra casa (moro em outra cidade) e já, já fecha o metro", escreveu. "E a internet no estádio continua horrível. Galera agora tá cantando, fazendo ola, tentando espantar o frio de 8 graus. Zero informação sobre o que rola fora."
Os torcedores não podem deixar o estádio. De acordo com a imprensa local, os torcedores permanecem calmos e há seguidos pedidos no sistema de som para que eles permaneçam sentados, pois a praça esportiva é o local mais seguro no momento.
"Internet no estádio está horrível, quase impossível. Umas 25-30 mil pessoas usando a rede ao mesmo tempo", afirmou Garcia. "Pessoal aqui canta "todos juntos", já gritaram "Sweden, Sweden"... Mas já há uns 10 minutos sem qualquer informação sobre quando vamos sair do estádio - ou se vamos sair hoje! Imagina vir pra um jogo, uma festa, e ficar preso no estádio por causa de um terrorista. Muita força aos suecos!."
O Centro Nacional de Crises do país emitiram alerta nível 4, o mais alto possível. Isso significa ameaça grave e iminente. O primeiro-ministro, o ministro do Interior e o ministro da Justiça estão no local do crime para acompanhar a situação. Rudi Vervoort, ministro da Região de Bruxelas, mencionou no X (ex-Twitter) uma "crise federal" devido a "dimensão terrorista" dos fatos ocorridos nesta segunda-feira na capital belga.
Duas pessoas morrem atingidas por disparos em Bruxelas
O site Sudinfo conversou com testemunhas e informou que o autor do ataque gritou "Alá é o maior" enquanto atirava. O autor do crime também teria publicado nas redes sociais que seria membro do Estado Islâmico, enquanto se gabava de ter executado incrédulos. De acordo com o jornal Le Soir, a polícia investiga a possibilidade de ataque terrorista. Conforme a publicação, o o suspeito apresenta-se como jihadista e afirma pertencer ao Estado Islâmico.
"Vivemos pela nossa religião, morremos pela nossa religião, graças a Deus", afirma o suspeito em um vídeo obtido pelo Le Soir. "Graças a Deus, seu irmão Abdesalam vingou os muçulmanos, matei três suecos agora há pouco", acrescenta ele no vídeo. No entanto, a polícia confirmou duas mortes.
Uma investigação foi aberta. Em um vídeo divulgado pela edição digital do jornal em flamengo Het Laatste Nieuws, um homem aparecia fugindo em uma moto pequena depois de abrir fogo. Os tiros foram disparados por volta das 19h15 perto da Place Sainctelette, de acordo com o jornal belga RTL.
- Gustavo Poli: Uma coluna esportiva
A RTL checou a autenticidade do vídeo que está viralizando nas redes sociais. As imagens mostram um homem vestido com roupa fluorescente laranja descendo de uma scooter com uma arma na mão. Ele abriu fogo na rua contra duas pessoas que perseguiu dentro de um prédio. O agressor depois entra no edifício e continua a atirar contra as vítimas.
Após o ataque, o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, determinou o reforço no controle fronteiriço com a Bélgica.
A partida não voltou após o intervalo, com empate em 1 a 1. Gyökeres abriu o placar para os visitantes, mas o atacante Lukaku empatou de pênalti.