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Por O Globo com agências internacionais — Turim

O jogador italiano Nicolo Fagioli, que atualmente cumpre uma suspensão de sete meses devido a seu envolvimento com apostas esportivas, renovou nesta terça-feira (14) seu contrato com a Juventus até 2028.

“A Juventus tem o prazer de anunciar que o contrato de Nicolo Fagioli foi renovado até o dia 30 de junho de 2028”, declarou o clube da Serie A em um comunicado.

O meio-campista de 22 anos, uma das grandes promessas do futebol italiano, vai ganhar com o novo contrato 1,5 milhão de euros (R$ 7,9 milhões pela cotação atual) por temporada, segundo a imprensa italiana.

Fagioli pode teoricamente jogar ainda na atual temporada, já que a 38ª e última rodada da Serie A está programada para o dia 26 de maio, uma semana depois do término de sua suspensão.

O jogador foi suspenso em outubro pela Federação Italiana de Futebol (FIGC) por ter apostado, embora nunca em jogos da Juventus ou da Cremonese, onde passou uma temporada emprestado. A pena inicial de 12 meses foi reduzida a sete porque ele colaborou com a investigação e aceitou seguir um programa de luta contra o vício em jogo.

Segundo a imprensa italiana, Fagioli chegou a acumular cerca de 3 milhões de euros (R$ 15,8 milhões) em dívidas por meio de jogos e apostas em plataformas ilegais.

Outra grande promessa italiana, o meio-campista do Newcastle Sandro Tonali, foi suspenso por dez meses por ter feito apostas, principalmente em partidas de seu ex-time, o Milan.

Dívidas

Nicolò Fagioli acreditou ter chegado ao fundo do poço quando suas dívidas de jogo chegaram a 3 milhões de euros (cerca de R$ 16 milhões). Isso foi antes de seus credores ameaçarem “quebrar suas pernas”, explicou o meio-campista da Juventus.

Durante sua audiência na Federação Italiana de Futebol (FIGC), da qual o jornal La Repubblica publicou trechos em sua edição desta quarta-feira, Fagioli detalhou as etapas de sua “queda do céu ao inferno”.

Tudo começou, explicou o jovem de 22 anos ao promotor da FIGC, em 2021, durante uma convocação da seleção sub-21 da Itália. Fagioli, seguindo os conselhos de seu grande amigo Sandro Tonali, jogador do Milan, se cadastrou em uma plataforma clandestina que não deixaria nenhuma pista.

Fagioli começa apostando em partidas de tênis e rapidamente pega gosto pelos jogos a dinheiro: "Eu tinha tempo livre, era uma forma de matar o tédio", reconheceu. O jogador da Juventus, clube ao qual chegou com 14 anos, estava emprestado à Cremonese, da 2ª divisão local, onde se tornou uma das grandes promessas do futebol italiano.

Salário milionário

Mas, rapidamente, seu confortável salário anual, de 1 milhão de euros líquidos (R$ 5,3 milhões), passou a ser insuficiente para sustentar seu vício. Ele apostava todos os dias, em todas as competições esportivas ao redor do mundo, também em jogos de futebol, mas nunca, ressaltou, nos que envolviam Cremonese e Juventus.

Fagioli acabou perdendo muito dinheiro: 250 mil euros (R$ 1,3 milhão) em um ano, 3 milhões (R$ 16 milhões) no pior momento de seu vício, quando ele chegou a se cadastrar em cinco plataformas diferentes. Ciente de que estava perdendo o controle e seguindo os conselhos de sua mãe, única pessoa que sabia de sua situação, ele consultou o SerT, serviço italiano de acompanhamento e prevenção de dependência.

Como sua mãe o controlava de perto, o jogador conseguiu dinheiro para poder apostar mentindo para seus companheiros Federico Gatti e Radu Dragusin, que lhe emprestam 40 mil euros (R$ 213 mil) cada um.

"Eu dizia a eles que era para comprar um relógio e que minha mãe tinha bloqueado minhas contas", explicou à FIGC.

"Estressado e assustado"

Seu dia a dia de apostas e suas dívidas começaram a interferir no campo. Em abril de 2023, durante um jogo entre Juventus e Sassuolo, Fagioli cometeu vários erros. Ele foi substituído e começou a chorar, "estressado e assustado". "Diziam para mim: 'Vamos quebrar suas pernas se não pagar o que deve'. (...) Eu não dormia à noite. Quanto mais o tempo passava, mais obcecado eu ficava com a minha dívida", reconheceu.

Seu nome aparece em uma investigação da polícia sobre essas plataformas ilegais. Em sua audiência diante do promotor de Turim, ele decidiu confessar seus atos à FIGC. Depois de cinco semanas de processo, a federação aplicou uma suspensão de 12 meses, que foi reduzida para sete porque o jogador aceitou participar de um programa de cuidados e cooperou com a investigação.

Graças a esse acordo, ele escapou de uma pena maior, de até três anos, como estipula o artigo 24 do código de justiça desportiva da FIGC, que proíbe jogadores profissionais de apostarem em futebol, e poderá retornar aos gramados na última rodada do Campeonato Italiano, em maio de 2024.

Até lá, outros jogadores podem sofrer punições similares. Sandro Tonali e Nicolò Zaniolo foram interrogados pela justiça durante a última convocação da seleção da Itália. E não para por aí: mais de 50 jogadores da Serie A estariam envolvidos, afirma Fabrizio Corona, conhecido como "rei dos paparazzi", que revelou o caso.

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