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Por O Globo — Rio de Janeiro

Desde a derrocada do Botafogo no Brasileiro de 2023, o John Textor, dono da SAF alvinegra, passou a falar recorrentemente sobre supostas manipulações de resultados no futebol nacional. De acordo com o americano, um dos clubes envolvidos seria o Palmeiras, que foi justamente o campeão brasileiro no ano passado. A partir disso, a presidente do clube alviverde, Leila Pereira, começou a subir o tom contra o Textor, a ponto de dizer, no último domingo, que ele é "a grande vergonha do futebol brasileiro".

Início da troca de farpas entre o Textor e a Leila

Já na reta final do campeonato, o John Textor contratou uma empresa especializada para analisar possíveis manipulações ou erros de arbitragem em jogos do Brasileiro. Naquele momento, ele era processado pelo então presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, por ter criticado a entidade esportiva após a derrota de virada do Botafogo por 4 a 3, em casa, contra o Palmeiras. O estudo foi usado como objeto de defesa neste processo, já que, segundo ele, o Botafogo teria 21 pontos a mais que o concorrente. Além disso, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) arquivou o pedido de inquérito, em menos de 24 horas, com as denúncias sobre possível manipulação de partidas no campeonato.

Ainda no campo logo depois da conquista do Brasileiro no ano passado, a Leila Pereira contrariou a postura e o posicionamento do John Textor, com as alegações de supostas irregularidades no campeonato, o que foi a primeira declaração pública contra o americano.

– Chega até a ser ridículo. Ele desprestigia, desvaloriza esse produto tão importante que é o futebol. Ele deveria ter mais serenidade. É uma parte de desequilíbrio do senhor John Textor – reclamou Leila Pereira, presidente do Palmeiras.

Como resposta, o Textor publicou uma nota oficial nas redes sociais ao pontuar que o Palmeiras se beneficiou de expulsões dos adversários em 11 jogos ao longo da temporada passada, o que inclui a expulsão do zagueiro Adryelson, do Botafogo, na partida contra o alviverde.

- No tópico de equilíbrio, é preciso observar que o time dela vive em um mundo em que jogar 11 contra 10 representa equilíbrio. O Palmeiras se beneficiou da vantagem de 11 contra 10 onze vezes durante a temporada 2023, um ano que as equipes tiveram a média deste benefício em 3 - destacou John Textor.

Caso Júnior Santos

No início deste ano, houve boatos de uma possível transferência do atacante Júnior Santos, do Botafogo, para o Palmeiras. O John Textor aproveitou para ironizar o suposto interesse da diretoria alviverde.

– O Palmeiras deveria comprar em outro lugar. Jogadores do Botafogo preferem 11 x 11 – comentou nas redes sociais.

Além de ter negado o rumor, o clube divulgou uma nota e ressaltou que o dirigente do Botafogo "prefere se portar como um caricato cartola à moda antiga", sendo uma tentativa de criar uma rivalidade. Também deixou claro que buscaria as medidas legais nas esferas civil, criminal e esportiva.

Textor cita jogos do Palmeiras

Em entrevista ao GLOBO, o John Textor afirmou ter gravações de árbitros reclamando de não terem propinas pagas e garantiu que apresentaria provas em 30 dias. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) chegou a abrir um inquérito e determinou um prazo para a apresentação das provas. A Associação Nacional de Árbitros de Futebol (ANAF) e a Associação de Árbitros de Futebol do Brasil (Abrafut) repudiaram de imediato as denúncias.

Após essa notícia, o americano publicou um vídeo em seu site em que dava mais detalhes sobre os conteúdos dos áudios e do relatório com possíveis manipulações de resultados, ao citar os jogos entre Palmeiras x Fortaleza em 2022 e Palmeiras x São Paulo em 2023. Segundo ele, pelo menos quatro jogadores do Fortaleza e cinco do São Paulo — sem identificar nomes — apresentaram comportamentos "anormais" em situações de gols do Palmeiras. Isso configuraria "evidências convincentes" da manipulação. Ao mesmo tempo, ressaltou que a equipe paulista não estaria envolvida e outras partidas também foram analisadas nos últimos três anos.

Ciente disso, o Palmeiras da Leila Pereira informou, em nota oficial, que "tomará todas as medidas legais cabíveis – nas esferas civil, criminal e esportiva – contra o dono da SAF do Botafogo, John Textor, para que ele responda pelas declarações irresponsáveis e levianas que, recorrentemente, têm envolvido o nome do atual bicampeão brasileiro". Os outros clubes envolvidos também seguiram a mesma linha de defesa contra o americano.

Segue o pé de guerra

Na última semana, o John Textor garantiu que possui "provas pesadas" de que o Palmeiras foi beneficiado para ganhar o Brasileirão de 2023 e ainda disse que o alviverde tem feito parte de um esquema de manipulação de resultados há duas temporadas.

— Temos provas pesadas, 100% confirmadas, de que o Palmeiras vem sendo beneficiado por manipulação de resultados por pelo menos duas temporadas. Desculpe se isso vai criar barulho, mas tenho provas, vou mandar aos procuradores. Estou aqui para defender a honra do meu clube. Posso prometer a vocês que ninguém vai mexer nas nossas partidas desse ano — disse Textor em uma entrevista ao "Canal do Medeiros".

Pouco depois da derrota por 3 a 1 do Botafogo para o Junior Barranquilla, na última quarta-feira, pela Libertadores, o Textor mencionou novamente a Leila ao falar sobre as acusações. Em seu discurso, o empresário afirmou que as provas seriam exibidas à Justiça:

— Leila (Pereira), baixe suas armas. Você não sabe da evidência que entreguei. Julio (Casares, presidente) do São Paulo, você é um amigo. Não consegui falar com você sobre isso porque é a natureza da evidência. Eu me importo mais com a lei. Aparentemente, mais do que o STJD.

— Eu já falei outras vezes e não queria me estender . Esse senhor já está falando essas barbaridades desde que fomos campeões brasileiros. O Palmeiras está processando o John Textor na esfera cível e pedimos a abertura de inquérito policial. Ele tem que comprovar o que diz. O John Textor hoje é a grande vergonha do futebol brasileiro. É uma irresponsabilidade ímpar uma pessoa ficar fomentando mentiras. Ele tem que comprovar. Quem quer fazer uma denúncia séria não fica em podcast. Vai no Ministério Público e apresenta suas provas. É interesse de todos nós — disse Leila em entrevista à CazéTV antes da partida entre Palmeiras e Santos, pelo segundo jogo da final do Campeonato Paulista.

Leila Pereira volta a falar sobre John Textor — Foto: Reprodução/CazéTV
Leila Pereira volta a falar sobre John Textor — Foto: Reprodução/CazéTV

Leila deixou mais uma vez a clara insatisfação ao defender que Textor seja banido do futebol brasileiro caso não prove suas acusações:

— É uma irresponsabilidade, esse senhor é um fanfarrão. Se não for comprovado, ele tem que ser punido de forma exemplar. Esse homem deveria ser banido do futebol brasileiro. Fala tanto de inteligência artificial, deveria dar menos valor à inteligência artificial e mais à inteligência emocional, que ele não tem absolutamente nenhuma. Quem tem que tomar providências agora são as autoridades. A parte do Palmeiras já fizemos — afirmou.

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