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Por — Rio de Janeiro

Com a iminente saída do alemão Jürgen Klopp, o Liverpool já se prepara para um futuro com um novo comandante. E, segundo a rede televisiva britânica Sky Sports, o clube inglês chegou a um acordo verbal com o português Rúben Amorim, atualmente no Sporting, para ocupar o cargo e assinar um contrato até 2027.

Ainda de acordo com o jornal, reuniões nesta semana teriam aproximado o comandante português dos Reds, além de sua vontade ter pesado nas negociações. A missão de Amorim não é das mais fáceis, já que ele chega para ocupar o lugar do alemão que conquistou de tudo com a equipe, empilhando sete taças em oito temporadas, ganhando pelo menos uma vez todas as competições que disputou com o time de Anfield.

Quem é o substituto?

Rúben, de 39 anos, antes de se tornar técnico, atuou como jogador de futebol. No entanto, não conseguiu alçar voos maiores do que a liga portuguesa, tendo apenas uma breve passagem no Catar. Com passagens por Belenenses, Braga, Benfica e Al-Wakrah SC, ele conquistou 12 títulos e esteve no grupo que participou da Copa do Mundo de 2010. Aposentado dos gramados desde 2017, após 19 anos de carreira, Rúben passou a frequentar cursos para ter a licença de treinador.

Seu primeiro trabalho foi no Casa Pia, também de Portugal, um ano depois de pendurar as chuteiras. Chegou ao clube para fazer um estágio e acabou agregando rapidamente a comissão. Porém, durante o tempo que passou, o time foi penalizado com uma multa de 14 mil euros, perda de seis pontos e cinco partidas de portões fechados, porque o técnico, ainda estagiário, deu indicações na partida contra Real Massamá, em 13 de janeiro de 2019.

Antes de a pena ter sido revertida, ele também foi multado em 2.600 euros e deixou o Casa Pia para não prejudicar a equipe e o clube. Após cumprir o período de suspensão, Rúben voltou a trabalhar em 2019, desta vez no comando do Braga B. No fim do mesmo ano, foi promovido para a equipe principal, comandou o time por 13 jogos e venceu a Taça da Liga pela primeira vez, sendo o primeiro ex-jogador que virou treinador a conquistar o troféu.

Após o breve período no comando do Braga, chegou ao Sporting em 2020, clube que comanda até hoje, quando foi contratado depois do pagamento do valor da sua multa rescisória, de 10 milhões de euros. Na função, foi responsável por quebrar, ainda na primeira temporada, um jejum de 19 anos sem a conquista do Campeonato Português, além de ser escolhido como melhor técnico da competição.

Ele também conquistou duas vezes a Taça da Liga, tornando-se o maior campeão do torneio, e uma Supercopa de Portugal. O Sporting é líder da liga nacional, com quatro pontos à frente do Benfica e um jogo a menos. Ele ainda pode se despedir com mais um título. Amorim tem 205 jogos, com 143 vitórias, 31 derrotas e o mesmo número de empates.

Como joga o português?

Para entender a escolha do Liverpool, antes, é preciso compreender como joga Amorim e como preencherá a lacuna deixada por Klopp. Pelo Sporting, costuma atuar com uma linha de três defensores, dois volantes, laterais e uma linha de outros três atacantes móveis, e focado na posse de bola.

Com a tática, a ideia é que os defensores rompam a primeira linha rival pelo meio do campo com a aproximação dos volantes. Vale lembrar que o treinador costuma usar o lateral-esquerdo Matheus Reis adaptado como zagueiro. O objetivo com essa linha de passe é que a dupla de volantes tente girar e encontrar os atacantes entre as linhas de marcação. Quando não for possível, acionem os laterais na beira do campo para tentar crescer a jogada.

Outro ponto é que Amorim costuma liberar o zagueiro uruguaio Coates para subir e atuar na mesma linha que os volantes. Assim, faz o papel de homem central, enquanto os outros dois caem para as bordas do campo a fim de auxiliar os alas, visando conseguir mais opções de passes até o campo ofensivo.

No ataque, o técnico pede que os atacantes troquem entre si e revezem as funções durante a partida para encontrar espaços e confundir os marcadores. Os alas, então, se tornam os responsáveis por dar amplitude, enquanto os atacantes definidos se movem para dentro com e sem a posse da bola. Uma questão interessante é que ele não costumava utilizar um jogador que faça a função de centroavante até a chegada de Gyokeres. Ele prefere peças móveis e que se adaptem durante os 90 minutos, com atletas que podem atacar pelas laterais ou na zona central.

A única regra nesse modelo ofensivo é que dois dos atacantes ocupem a parte interna, enquanto o homem restante se aproxime livre, com os alas abertos, para ter superioridade numérica no setor. Outro ponto comum no jogo do português é inverter o lado da jogada e isolar um defensor.

Sem a posse da bola, Rúben pede que o time marque em um modelo de pressão alta, com os atacantes fechando a parte de dentro, enquanto os alas marcam as laterais. Uma vez que o adversário tem a bola, os três homens de ataque tentam forçar o jogo para fora da faixa central e a dupla de volantes se desloca conforme a bola. Assim, um dos jogadores auxilia o marcador, o outro protege a posição e um dos laterais desce para cobrir o espaço aberto, deixando um rival livre no outro lado do campo, forçando que o adversário inverta o jogo para tentar alcançá-lo.

Quando não consegue exercer essa ideia, o time varia a armação para um 5-2-3 na maior parte do tempo e, quando preciso, adota o 5-4-1, para ainda marcar os espaços centrais. O treinador gosta de mesclar a equipe com a presença de garotos e foi responsável por auxiliar no crescimento de Pedro Porro, agora no Tottenham, Matheus Nunes, contratado pelo City, Ugarte e Nuno Mendes, atualmente no PSG.

Semelhança com Klopp

O treinador alemão também é adepto de um modelo de pressão alta, chamado Gegenpressing. Neste caso, o esquema de "perde e pressiona" de Jurgen propõe que os jogadores mais próximos tentem dobrar a marcação no adversário com a bola. A ideia é cortar linhas de passe curto, mas a grande diferença é que os jogadores não ficam estáticos em seus marcadores, já que quem está próximo tem que atacar o rival.

Jurge Klopp, técnico do Liverpool — Foto: Lindsey Parnaby / AFP
Jurge Klopp, técnico do Liverpool — Foto: Lindsey Parnaby / AFP

Esse tipo de marcação auxilia a equipe a recuperar a bola de forma direta, atacando a posse, e não esperando um erro ou uma interceptação. Assim como o português, Klopp também utiliza jovens talentos no seus moldes, mesclando entre os experientes.

Com sua possível chegada aos Reds, Amorim pode escalar o time com Alisson, uma linha de três zagueiros composta por Joe Gomez, van Dijk e Konaté, Robertson (Gakpo) e Alexander Arnold abertos mais a frente como alas, completando a linha de volantes com Endo e Mac Allister. Na frente, o trio de ataque deve ser composto por Salah, Darwin Núñez (Diego Jota) e Luis Diaz (Szoboszlai).

*Estagiário sob supervisão de Thales Machado

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