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A partir das próximas semanas, a Eurocopa e a Copa América trarão a campo seleções comandadas por nomes que passaram as primeiras “vidas” no futebol com as camisas de seus países. Profissionais como Lionel Scaloni, Gareth Southgate e Didier Deschamps são alguns dos que voltaram ao cenário internacional na segunda carreira, como técnicos. Ao mesmo tempo, vários outros treinadores se destacam nas ligas domésticas com o mesmo tipo de bagagem. Uma “conversão” que ainda é rara no Brasil.

Um levantamento do site Bolavip Brasil apontou que a seleção brasileira, entre as campeãs mundiais, foi a que menos “revelou” treinadores quando comparados os elencos que disputaram as Copas do Mundo de 1990 a 2014, mais distantes do contexto atual.

O estudo analisou 832 ex-jogadores que estiveram em elencos de mundiais. O resultado mostra a Argentina como a maior “produtora” de técnicos dentro de seus elencos internacionais, com 37,7% se dedicando à carreira. A Itália aparece logo depois, com 26,4%, e a Espanha fecha o top 3, com 26%.

Em um país com uma escola muito bem demarcada de treinadores e fortemente influenciada por nomes como Marcelo Bielsa (hoje treinador do Uruguai), Carlos Bilardo e o falecido César Luis Menotti, a seleção albiceleste vai para mais uma Copa América sob o comando do ex-lateral-direito de Newell’s Old Boys, Deportivo La Coruña e da seleção argentina Scaloni. Ele disputou a Copa de 2006 — foi reserva — e, uma década e meia depois, liderou a Argentina nas conquistas da Copa América de 2021 e da Copa do Mundo do Catar. Uma lesão o fez ver a vida à beira do campo como opção.

Lionel Scaloni, técnico da seleção argentina — Foto: CARL DE SOUZA / AFP
Lionel Scaloni, técnico da seleção argentina — Foto: CARL DE SOUZA / AFP

— Comecei a tomar consciência muito antes do que outros jogadores. Estava jogando e pensando como treinador. Em 2011, seis anos antes de me aposentar, comecei o curso na Itália e terminei na Espanha — contou ao jornal Marca.

O Brasil aparece em último entre as equipes pesquisadas, com apenas 11,2% dos “selecionáveis” se tornando treinadores. Apenas 12 estão à beira do campo, com outros oito em posições de comissão técnica. Do túnel para dentro, as posições de administração e gestão parecem tão atrativas quanto, com 12 ex-atletas identificados como diretores em algum nível. Aparecem nesta última lista nomes como Branco, Leonardo e Fred.

Na Série A, atualmente, são dois representantes que jogaram Mundiais: Renato Gaúcho (Grêmio) e Rogério Ceni (Bahia). Cenário bem diferente do futebol europeu, que viu campeões nacionais nomes como Carlo Ancelotti (Itália em 1990), Pep Guardiola (Espanha, 1994), Luis Enrique (Espanha, 1994 a 2002) e Xabi Alonso (Espanha, 2010).

Contexto brasileiro

Nome importante do Brasil na Copa de 2010, Elano, ex-Manchester City e Flamengo, é um representante mais recente dos que se lançaram à beira do campo. Com passagens por Santos (como auxiliar e interino), Ferroviária, Inter de Limeira e Náutico, foi atraído pela carreira pela possibilidade de repassar “valores técnicos e humanos”. Ao GLOBO, ele ressalta as dificuldades do início da nova carreira e do dia a dia:

— Eu ainda não tive uma grande oportunidade. Meus trabalhos foram de três a quatro meses e tiveram bons resultados humanos, de campo e formação, que é no que eu acredito muito. No meio do caminho acontecem muitas coisas. Você não consegue terminar um trabalho ou é cobrado por aquilo que você representa, mas o clube não te entrega uma estrutura — diz ele, ressaltando a delicada balança entre a vida estabilizada do pós-aposentadoria e os complicados contextos do futebol brasileiro.

Elano durante o trabalho na Ferroviária, em 2023 — Foto: Jonatan Dutra/Ferroviária SAF
Elano durante o trabalho na Ferroviária, em 2023 — Foto: Jonatan Dutra/Ferroviária SAF

Elano cita a confiança que o Bayer Leverkusen deu a Xabi Alonso para desenvolver o trabalho (seu segundo na carreira) que terminou com um inédito título alemão para o clube. Ele vê uma cultura diferente no Brasil, o que influencia diretamente na formação de treinadores do país.

— A gente vê metade do Campeonato Brasileiro com estrangeiros. O que eles têm é estar preparados e organizados há mais tempo. Vivi muito tempo lá fora, tenho minha organização de treinos, comissão, reuniões semanais, análise de mercado. Quero saber e participar de tudo — analisa.

Hoje, o cenário de desenvolvimento de técnicos no futebol brasileiro está mais organizado. Em 2016, a CBF fundou a CBF Academy, centro de formação de profissionais do futebol, incluindo treinadores. Graduados em educação física, atletas e ex-atletas estão aptos a aplicarem para as licenças da função, que vão da C à Pro.

Rogério Ceni e Odair Hellmann em curso da Licença Pro, em 2019 — Foto: Thais Magalhães/CBF
Rogério Ceni e Odair Hellmann em curso da Licença Pro, em 2019 — Foto: Thais Magalhães/CBF

A partir da licença B, os profissionais já estão aptos a atuar em categorias de base. Com a A, a treinar profissionais. Já com a licença Pro, podem comandar em competições internacionais, como a Libertadores. Desde 2019, a Série A do Campeonato Brasileiro exige as licenças A ou Pro de seus treinadores.

Segundo dados da CBF Academy, foram formados, no ano passado, 67 profissionais com a licença Pro, 195 com a licença A e 505 com a licença B. Este ano, 60 alunos cursam a Pro, 141 buscam a A e 322, a B.

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