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Por — Rio de Janeiro

Bem antes de Carlos Alcaraz emergir no circuito profissional, o mundo do tênis desconfiava estar diante de um talento daqueles raros, que marcam uma geração. E, em curto tempo, o espanhol prova que, além de raro, é um gênio precoce. Ontem, aos 21 anos, ele se tornou o mais jovem a conquistar títulos de Grand Slam nas três superfícies — saibro, grama e dura — com o inédito caneco de Roland Garros. Na final, Carlitos bateu o alemão Alexander Zverev por 3 a 2 (6/3, 2/6, 5/7, 6/1 e 6/2) em 4h19 de duelo na Philippe Chatrier.

Há um componente abstrato e um tanto óbvio que rodeia os grandes campeões: a capacidade de encontrar uma saída mesmo em dias de inspiração limitada. E foi o que Alcaraz fez ontem em Paris, ao sobreviver a momentos em que o peso da ocasião minava a precisão de seus golpes. Quando Zverev, que também já fizera exibições mais sólidas, ofereceu uma brecha, lá estava Carlitos para aproveitá-la — daí as duas parciais folgadas nos sets derradeiros.

A juventude também não impede Alcaraz de exibir a resiliência necessária para encarar maratonas, como mostra o retrospecto invejável de 12 vitórias e só uma derrota em jogos de cinco sets. E como mostram também as três conquistas de Slam do espanhol até aqui. Nenhuma delas se deu sob total tranquilidade. No título do US Open de 2022, que fez dele o número 1 mais jovem da História, um set ficou pelo caminho na decisão contra Casper Ruud. Já no ano passado, em Wimbledon, a vitória por 3 a 2 se deu sobre ninguém menos que Novak Djokovic, o campeão dos campeões, hepta na grama inglesa.

— Eu me lembro de quando via jogos deste torneio pela televisão, e hoje estou aqui com este troféu. Nos últimos meses, enfrentamos muita coisa, tivemos muitas dúvidas, e sou muito grato por ter o time que tenho à minha volta. Sei que todos estão dando o máximo para que eu cresça e melhore como pessoa e jogador. Eu chamo de time, mas somos uma família, e eu sou muito grato por todos vocês — refletiu Alcaraz, que superou lesões e chegou a Paris sob leve desconfiança.

Duopólio estabelecido?

A vitória de Carltos marca também mais uma passagem de bastão entre as tantas que o tênis tem observado conforme o Big 3 vai se despedindo. Ele é o primeiro campeão inédito de Roland Garros desde Stan Wawrinka, em 2015. De lá para cá, apenas Rafael Nadal (cinco vezes ) e Djokovic (três) levantaram o troféu. Com o primeiro sob risco de não voltar à Philippe Chatrier e o segundo em momento de baixa física e técnica, podemos ter testemunhado a definitiva virada de chave.

Quando o ranking da ATP for atualizado hoje, Alcaraz aparecerá novamente como o segundo melhor do mundo, à frente de Djoko. Ele estará cerca de mil pontos atrás do italiano Jannik Sinner, que aos 22 anos se consolida como o grande rival do espanhol — em quadra, já que fora dela eles ensaiaram uma amizade e um respeito similares aos que Federer e Nadal nutriram ao longo das carreiras. Curiosamente, o único título de Slam de Sinner foi conquistado no palco que resta a Alcaraz dominar: o Australian Open, em Melbourne, mais um na quadra dura.

O duopólio precoce que se estabelece entre Alcaraz e Sinner também pode representar a frustração definitiva de uma geração ofuscada pelo Big 3 e atropelada pela seguinte. Zverev, de 27 anos, perdeu ontem a segunda chance de ganhar seu primeiro Slam — foi vice no US Open de 2020. O grego Stefanos Tsitsipas, de 25, também tem duas finais como melhores resultados. O norueguês Casper Ruud (25) é trivice. E mesmo o russo Daniil Medveved, de 28, vencedor em Nova York, poderia ter ido além.

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