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Por O Globo — Rio de Janeiro

Amigo de Robinho e também condenado pelo estupro coletivo de uma jovem em uma boate de Milão no ano de 2013, Ricardo Falco, de 41 anos, se entregou à Polícia Federal para cumprir a pena na última quinta-feira. Antes de ser preso, o então parceiro do ex-jogador afirmou não ter participado do crime e diz ter mentido em depoimentos para proteger Robinho.

Ricardo Falco e Robinho cumprem, agora, a pena de 9 anos de prisão pelo crime de estupro coletivo cometido na Europa, segundo decisão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Apesar de responderem a processos distintos, as circunstâncias são as mesmas.

Em entrevista à TV Record horas antes de ser preso, Falco, conhecido como “Fala Pouco”, alega que a vítima nunca o acusou de ter participado do estupro coletivo — que alega ter apenas presenciado — e diz acreditar que ela o pediria “desculpas” pela condenação.

— Ela sabe que não fiz nada com ela. Ela pediria desculpas. Nunca fui acusado pela vítima — afirma.

O amigo também diz ter se sentido traído por Robinho, a quem acusa de não o ter procurado após o processo na Itália. Além disso, Ao projetar o reencontro com o amigo na prisão, ele diz querer ser sincero e expor o sentimento.

— Pretendo dizer a ele que me senti um homem traído, até pelo fato de depois de tudo o que aconteceu ele não ter me dado um telefonema para saber como eu tava. Nem ajuda financeira — disse Falco.

Falco afirmou em áudio divulgado pela imprensa que, se cumprisse pena, pagaria apenas "cinco cestas básicas". Ele foi apresentado a Robinho na Itália por intermédio de Jairo, pagodeiro que aparece nas primeiras gravações autorizadas pela Justiça italiana. Como o ex-jogador não falava italiano, foi Jairo quem apresentou Milão a Robinho e ajudou na chegada dele à cidade.

Inicialmente, Falco se aproximou do ex-jogador e começou a sair com ele depois que foi indicado pelo pagodeiro para ser motorista de Robinho. No material divulgado, Falco conta que mentiu a seu advogado e à polícia sobre o envolvimento de Robinho no ato. "Dei depoimento, falei toda a verdade para o meu advogado. Só não falei que você comeu a mina", disse o amigo.

Ao descobrir que a estratégia ex-jogador era incriminá-lo, o amigo ameaçou mudar o próprio depoimento para culpar Robinho. "Eu sou homem até o fim, porque é o seguinte, num bagulho desse quem tem mais a perder é ele, porque eu podia chegar lá e falar assim: 'O Robinho comeu a mina mesmo e o caralho'. É sua vida, sua profissão, você se fode", disse Falco .

Para que não seguisse a estratégia, Robinho chegou a prometer um cargo público ao amigo, caso os dois voltassem ao Brasil. "Se eu for voltar pro Brasil, eu te coloco pra trabalhar na prefeitura lá que é uma teta. Igual os caras... os caras ganham 2 conto”.

Durante o julgamento, advogada Lorena Machado do Nascimento afirmou que a transferência da pena de Falco não pode ser feita em casos que envolvem brasileiros natos, conforme determina a legislação brasileira.

"A defesa requer o reconhecimento da ausência de lastro mínimo de legalidade para o pedido de homologação realizado pelo governo da República da Itália e o consequente arquivamento, o que não se considera que se restará qualquer impunidade", afirmou.

O caso

Em 2013, Robinho e mais cinco amigos foram denunciados por estupro coletivo por uma jovem albanesa. O crime ocorreu em janeiro daquela ano na boate Sio Cafe, em Milão, na Itália. Porém, somente o ex-jogador e o amigo Ricardo Falco foram condenados a nove anos de prisão, pena que o ex-atacante da seleção brasileira terá de cumprir no Brasil após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os ministros também decidiram pela prisão imediata do jogador, que já entrou com pedido de habeas corpus.

Além de Robinho, estavam presente na boate: Ricardo Falco, Rudney Gomes, Clayton Santos, Alexsandro da Silva e Fabio Galan. Apenas Falco foi a julgamento com o ex-jogador. Seu caso também foi analisado pelo Superior Tribunal de Justiça para que ele cumprisse a pena em território brasileiro.

Os outros quatro amigos, no entanto, não foram julgados nem condenados apesar de também terem sido denunciados pelo Ministério Público da Itália. Eles deixaram o país durante as investigações do caso e não foram localizados pela Justiça. Por isso, não puderam ser notificados para a audiência preliminar que aconteceu em março de 2016. A decisão do juiz foi separar os casos. No momento, estão suspensos, mas podem ser reabertos.

Em entrevista ao UOL, no ano passado, o advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, afirmou que irá à Justiça para que eles também sejam responsabilizados pelo crime.

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