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Por e — Brasília

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GERADO EM: 02/08/2024 - 16:23

Caio Bonfim: Da Paixão pelo Futebol à Prata Olímpica

Caio Bonfim, medalhista olímpico na marcha atlética, narra sua trajetória desde a paixão pelo futebol até a conquista da prata em Paris. Superando desafios e preconceitos, o atleta destaca a importância da coragem e do apoio familiar.

Aos 33 anos, Caio Bonfim conquistou uma medalha inédita para o Brasil na marcha atlética em Paris. Apaixonado por atividades físicas desde criança e filho de esportistas, o medalhista de prata conta que se encontrou na modalidade aos 16 anos e que “seria uma pessoa frustrada”, se não tivesse se tornado atleta.

Filho de atletas, a mãe, Gianetti Sena Bonfim, oito vezes campeã brasileira de marcha atlética, e João Sena, o pai, treinador há 30 anos, Caio herdou a paixão pelo esporte dos pais. Segundo eles, o filho sempre demonstrou inquietação com os pés e muita energia.

— O Caio foi uma criança agitada, com muita energia, tive que cortar um dobrado, canalizar aquela energia que ele tinha para várias coisas. Como a gente trabalhava com o esporte, a gente canalizou isso no esporte — contou Gianetti ao GLOBO.

Desde pequeno, o hoje marchador demonstrava interesse pelo esporte carro chefe do país: o futebol. Qualquer objeto era transformado em bola e todo ambiente virava um campo. A paixão seguiu até os 16 anos, quando jogava na base do Brasiliense, time local da capital, como lateral-esquerdo.

O preparo físico sempre foi o diferencial de Caio, que se acostumou a ser o jogador que mais percorria distâncias no campo. Apesar da paixão e dedicação, o atleta tinha dificuldades para se destacar e assumir a titularidade no time. A partir daí ele decidiu trocar a chuteira pelo tênis e começou a trilhar a sua carreira na marcha atlética.

Os resultados e o gosto pela modalidade não demoraram para aparecer. Mesmo com o início tardio na marcha, Caio já tinha familiaridade com os movimentos do esporte e com o auxílio dos pais chegou na elite do esporte nacionalmente e com 5 meses de treino chegou a ser o 12º colocado no mundial sub-16.

— Aquele mesmo sentimento que tive quando entrei na quadra pela primeira vez para jogar bola e falei “cara, quero fazer isso pelo resto da minha vida”, eu descobri também nas pistas — disse ao GLOBO em entrevista no final de março, ainda inédita — Então ali eu me encontrei. Se eu fizesse outra coisa que não fosse ser atleta eu seria uma pessoa frustrada. Fui me descobrindo no esporte e levei essa lição comigo, com muita coragem de tentar viver de marcha atlética.

Depois disso, a história de Caio nas pistas não parou mais, e o adolescente decidiu que levaria o esporte nos pés pelo resto da vida. Atualmente, ele é o atleta com mais participações olímpicas na delegação brasileira, junto com Andressa de Morais, do lançamento do disco. Este ano ele disputou a sua quarta Olimpíada: foi 39º em Londres-2012 e, em Tóquio-2020, 13º. No Rio-2016, a 4ª colocação foi apenas cinco atrás segundos do australiano Dane Bird-Smith, que foi bronze.

Para trazer a medalha neste ano, Caio se submeteu a uma rotina de treinos em Sobradinho, cidade satélite do Distrito Federal, onde não era incomum que moradores vissem o atleta marchando também pelas ruas. Antes das Olimpíadas, ele afirmou que aliaria a vontade com a experiência que adquiriu pelos anos para trazer o melhor resultado.

— Então vou juntar tudo isso para poder passar a linha de chegada em Paris, independente do resultado, olhar para trás e dizer “entreguei tudo que eu podia, dei o meu melhor”, e se isso foi insuficiente, amém.

Após cruzar a linha de chegada em Paris e conquistar a medalha de prata histórica para o Brasil, Caio concedeu uma entrevista emocionado, e relembrou as dificuldades que passou durante sua carreira e os preconceitos que a modalidade enfrenta no Brasil.

– Foi difícil desde o dia que eu fui marchar na rua pela primeira vez e fui xingado, e falei para o meu pai que havia decidido ser marchador. E ali eu larguei para esse dia. São quatro Olimpíadas. Terminei carregado em uma cadeira de rodas em 2012. E agora sou medalhista olímpico. Esse momento é eterno. Tem que ter muita coragem para viver de marcha atlética, não é fácil. Mas valeu a pena pagar o preço. Hoje eu pude falar para os meus pais “nós somos medalhistas olímpicos” – afirmou em entrevista à CazéTV.

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