Olimpíadas
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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 26/06/2024 - 05:15

Em busca da medalha olímpica: a trajetória de superação de João Chumbinho

O surfista João Chumbinho fala sobre superar um acidente, preparação para as Olimpíadas e a importância da namorada, Luana Silva. A vontade de ser campeão mundial se transformou na busca por uma medalha olímpica.

Local de Saquarema, João Chianca, o Chumbinho, de 23 anos, recebeu o convite para disputar, na própria casa, a etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe, que tem o primeiro dia de campeonato nesta quarta-feira e é o último teste antes das Olimpíadas. Por conta do acidente enquanto surfava no Havaí, em dezembro de 2023, ele só voltou a competir pela elite mundial no início de junho, em El Salvador, onde já se destacou com a quinta colocação.

Em entrevista ao GLOBO, o cria da praia de Itaúna abriu o coração sobre o pós-acidente — ele chegou a deixar o surfe de lado para priorizar a saúde —, a preparação em busca da medalha olímpica e a importância da namorada e também surfista Luana Silva, outra que representará o Brasil no Taiti, palco da disputa da modalidade nos Jogos.

As etapas de El Salvador e Saquarema já estavam dentro do seu cronograma ou houve uma antecipação de planos?

Elas (etapas) não faziam, inicialmente, parte dos planos. Eu estava bastante confiante em ter minha vida de volta e ansioso para vestir novamente a lycra. Ao mesmo tempo, tinha muito receio de chegar às Olimpíadas de maneira crua e sem experiência competitiva. Sempre conversava com o meu técnico Pinga e a minha família sobre o que estava passando na minha cabeça e tinha consciência de que a grande prioridade era retornar aos 100% depois do acidente. Mas, graças a Deus, alcancei esses objetivos e estou me sentindo bem, o que é mais importante.

Hoje, você está 100% recuperado da lesão? O que tem feito para não sentir falta do ritmo de competição?

Acredito que estou no 100% que posso me encontrar e sentir até aqui. Tenho botado horas e horas dentro e fora d’água, com atividades e treinos físicos, além de uma alimentação extremamente saudável e regrada. Me sinto feliz e orgulhoso não só pela recuperação do meu corpo, mas também por estar no caminho de ser uma pessoa e um atleta melhor. Sigo com o pé no chão e sei bem que o preço a se pagar é alto, então, estou sem pressa e determinado no que eu posso fazer a cada dia para continuar pensando positivo sobre o meu futuro.

João Chumbinho se lesionou gravemente enquanto surfava em Pipeline, no Havaí, em dezembro de 2023 — Foto: Reprodução/Redes sociais
João Chumbinho se lesionou gravemente enquanto surfava em Pipeline, no Havaí, em dezembro de 2023 — Foto: Reprodução/Redes sociais

Você está mais forte mentalmente depois do acidente no Havaí?

Um acidente desta magnitude me fez passar por momentos muito difíceis e duvidosos, tanto que cheguei a ter dúvida de que seria possível voltar aos 100%. Fora que é uma experiência mental bastante cansativa, não é à toa que ainda estou aprendendo a lidar com todo o processo de cura. A cada dia, tenho a oportunidade de colocar o meu foco e a minha boa vontade no mar, na academia e na alimentação. Passei a olhar a vida sob outra perspectiva em relação ao que eu estava acostumado antes do acidente, na época em que fui líder do ranking. Definitivamente, estou vivendo uma nova fase.

De que forma?

Passei a agradecer mais os detalhes da vida, principalmente, a minha saúde, já que nada importa sem ela. O surfe competitivo sempre foi a minha prioridade, só que o acidente me mostrou, de uma hora para outra, que o meu bem-estar vale mais que tudo. Eu realmente não ligava para o que estava acontecendo no mundo afora a não ser a minha recuperação. Por outro lado, o tempo afastado me fez perceber o quanto eu amo o esporte e sou abençoado por competir, seja pela dificuldade de uma bateria apertada, por manter as emoções após uma vitória ou, até mesmo, buscar algo dentro de si que você não imagina.

Já caiu a ficha de que você vai participar dos Jogos Olímpicos?

Toda a vontade que eu tinha de ser campeão mundial neste ano, que foi tirada de mim por causa do acidente, passou para a medalha olímpica. Às vezes, fico até ansioso pensando em como vai ser. Quero continuar trabalhando redobrado para me deixar preparado mental e fisicamente para o meu maior desejo, que é subir no pódio. Aos poucos, a ficha vai caindo, e eu vou me dando conta do tamanho das Olimpíadas, que deve ser até maior do que eu penso agora. Só que estou disposto a carregar o fardo e o preço disso tudo sendo feliz dentro d’água.

O sonho olímpico seria você e sua namorada, Luana Silva, com medalhas no peito? Como ela te ajudou no processo de reabilitação?

João Chumbinho e Luana Silva estão confirmados nas Olimpíadas — Foto: Reprodução/Redes sociais
João Chumbinho e Luana Silva estão confirmados nas Olimpíadas — Foto: Reprodução/Redes sociais

A Luana esteve muito presente na minha lesão. Amo muito… É a pessoa mais próxima de mim, me ajudou demais. O tempo de que ela abdicou para me encontrar praticamente impossibilitado, na maioria das vezes, em uma cama de hospital é até difícil falar… tenho muito orgulho e gratidão pela minha namorada e a família dela, que, mesmo sem obrigação de nada em um momento delicado como aquele, se uniu com a minha equipe e agregou mais energia positiva em cima da minha recuperação.

Claro que seria a realização de um sonho conquistar uma medalha olímpica junto com a Luana. Como o surfe é extremamente individual, ela tem uma cabeça e modo de funcionar totalmente diferentes do meu. A gente sabe bem como a tarefa se dificulta na hora que a buzina toca. Só espero que a gente esteja no melhor dia e momento para lidar com as adversidades a cada bateria em busca do pódio.

Como foi a preparação com a delegação brasileira no Taiti, em maio?

Não pensei duas vezes quando tive a oportunidade de chegar ao Taiti antes mesmo da delegação brasileira. Eu venho em um ano muito peculiar de recuperação e com muita instabilidade no meu calendário, porque, no início, nada que eu traçava, conseguia manter. A verdade é que a vida se resumia a altos e baixos. Um dia eu estava me sentindo ótimo; no outro, era diferente, o que mudava drasticamente os planos. Eu fiz bons treinos lá, venci minhas fraquezas, me senti à vontade novamente em condições desafiadoras. Foi bom estar nesse meio de novo e sentir que estou realmente preparado.

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