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GERADO EM: 26/06/2024 - 03:00

Preparação do Time Brasil para Paris-2024

Ex-judoca Daniela Polzin, Gerente de Infraestrutura do COB, lidera equipe na preparação do Time Brasil para Paris-2024. Projetos incluem bases na França, modernização de instalações e atenção aos detalhes para garantir a melhor performance dos atletas.

A contagem regressiva para os Jogos Olímpicos de Paris-2024 entra na reta final. Agora faltam apenas 30 dias para o evento, cuja Cerimônia de Abertura está marcada para o dia 26 de julho, com desfile das delegações ao longo de sete quilômetros no rio Sena. E para que os atletas do Time Brasil possam apresentar suas melhores performances, uma ex-esportista desembarca na cidade, logo no primeiro dia de julho, para preparar o terreno. É Daniela Polzin, ex-judoca e Gerente de Infraestrutura Esportiva do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Ela e sua equipe são os responsáveis pela idealização, planejamento e intervenção de toda a infraestrutura do Brasil tanto na Vila Olímpica, quanto em todas as bases brasileiras na França.

— Junto com a área de logística, somos os primeiros a chegar e os últimos a sair — diz Daniela, desde 2010 no COB e que trabalha em parceria com outros departamentos como o de operações e o de alto rendimento.

Daniela é ex-atleta do peso ligeiro e tem no currículo duas medalhas em Jogos Pan-americanos (ouro em Winnipeg 1999 e prata no Rio 2007) e uma participação olímpica (Atenas-2004). Ela se formou em arquitetura em meio ao esporte. Entregou projeto de conclusão de curso meses após Atenas-2004, quando fazia recuperação de uma cirurgia no joelho. Ela rompeu o ligamento cruzado durante a aclimatação para os Jogos na Grécia e teve de voltar para o Brasil para operar.

A Vila Olímpica de Paris — Foto: Dimitar DILKOFF / AFP
A Vila Olímpica de Paris — Foto: Dimitar DILKOFF / AFP

— O Rio já havia sido escolhido como sede dos Jogos Pan-americanos de 2007 e fiz meu TCC sobre instalações e transformação de legado para o evento — conta Daniela, que tem pais e irmão arquitetos. — Ainda atleta, aproveitava as viagens para colher dados arquitetônicos e pesquisava sobre os espaços esportivos. Já tinha em mente que queria trabalhar com este tema no pós-carreira do judô, mas não sabia se teria pegada, aderência. Se no Brasil teria mercado. Como usuária das instalações achava que conseguiria traduzir melhor as necessidades dos atletas.

COB terá sete bases na França

Para atender exatamente essas necessidades, o COB terá sete bases na França. Além da Vila Olímpica, onde a maior parte da delegação ficará hospedada, a entidade oferecerá serviços de alta performance em Vaires Sur Marne (canoagem e remo), Marseille (vela), Lille (handebol e basquete masculino, caso se classifique), Chateuaroux (tiro esportivo), Taiti (surfe) e Saint-Ouen. Este último, muito perto da Vila, será o principal ponto de apoio para os atletas e terá três instalações com serviços de apoio: o Château Saint-Ouen, o Ginásio das Docas e Serra Wangari.

No Taiti, Daniela transformou uma pousada pé na areia, na praia de Teahupoo, na casa do time brasileiro de surfe. Essa base coloca à disposição dos atletas salas com serviços médicos, fisioterapia, área de força e condicionamento.

— Procuramos não descaracterizar a pousada até porque os atletas já ficam lá para as etapas da WCL e têm memória afetiva — conta Daniela, que diz que nos quartos só havia uma tomada para os ventiladores — Fizemos melhorias elétricas e de iluminação.

Segundo a arquiteta, os maiores desafios foram as adaptações no prédio da Vila Olímpica e no Château Saint-Ouen, um monumento histórico.

A Vila Olímpica de Paris — Foto: DENIS CHARLET / AFP
A Vila Olímpica de Paris — Foto: DENIS CHARLET / AFP

Diferentemente do Japão, que exigiu período de aclimatação maior ao fuso horário e com isso, oferta de infraestrutura e suporte mais complexas, para os Jogos na França não houve tanto essa preocupação.

— Muitos esportes tem base na Europa e os atletas estarão aclimatados, com questões de fuso mais simples e com possibilidade de deslocamentos de trem até Paris. A vantagem é essa, tudo muito próximo. Mas também foi uma desvantagem porque todos buscavam os mesmos lugares para suas instalações.

Daniela brinca que teve de ser "criativa" para as soluções do prédio do Brasil na Vila Olímpica, que deve ser dividido com até duas outras nações menores. Ela adaptou um hall de entrada para abrigar uma academia. Em outras edições, o Time Brasil tinha uma academia em base próxima. Agora, estará dentro da Vila. Além de projeto para instalação de ar condicionado, também criou a área de convivência para os atletas, área médica e de fisioterapia e sala de vídeo e analise.

Paris-2024 tem como meta cortar pela metade a emissão de gases que geram o feito estufa em relação a edições anteriores — em Londres-2012, por exemplo, foram emitidas 3,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Assim, Paris-2024 optou por não instalar ar condicionado na Vila Olímpica. Vários comitês olímpicos nacionais vão alugar equipamentos.

Segundo Daniela, por causa das restrições de circulação na Vila Olímpica, a instalação dos 130 aparelhos alugados pelo COB será feita pela própria entidade, com prioridade para os quartos dos atletas. O Brasil terá entre 315 e 325 camas (vagas) na Vila. Assim que o atleta concluir sua participação na competição, tem de sair para abrir vaga para outro.

Daniela Polzin explica desafios — Foto: Alexandre Loureiro/COB/Divulgação
Daniela Polzin explica desafios — Foto: Alexandre Loureiro/COB/Divulgação

No caso do Château Saint-Ouen, a questão maior foi o cuidado redobrado com a estrutura do castelo. Em caso de dano, é preciso restauro, que é um serviço caro. O local também não tem rampas de acessibilidade (COB colocará provisórias) e a parte elétrica foi um ponto de atenção.

A arquiteta conta que no local, o Time Brasil terá uma área exclusiva para familiares e amigos (em Tóquio-2020 não teve por causa da pandemia e da competição não ter tido público). Esse local também terá um ponto de atendimento consular, em caso de necessidade.

— Minha equipe faz o projeto de acordo com o serviço que será prestado. E essa área para os familiares é importante, já que deixa o atleta à vontade, em um ambiente seguro (sem imprensa, por exemplo) e próximo à Vila. Muitos ficam ansiosos e preocupados porque querem ver seus familiares, mas nem sempre é fácil dentro da dinâmica de uma Olimpíada.

Reformas

Daniela também é a responsável por projetos do CT do Time Brasil, cujas instalações foram essenciais para a preparação a Paris-2024. É dela o projeto de modernização e reestruturação do Parque Aquático Maria Lenk, incluindo a criação de novos espaços de convivência, salas de especialidades, sala de força e exercício e a recuperação da cobertura (terá pintura anticorrosão) e impermeabilização da arquibancada do parque aquático. Estas duas últimas ainda estão em fase de execução.

Também assinou o projeto das salas de esportes de combate (o primeiro projeto para o COB) e o CT de Ginástica Artística, inaugurado em 2015 e referência mundial. No caso da sala de lutas, Daniela usou equipamento importado e criou projeto de amortecimento semelhante ao do solo da ginástica (trocou o calculo matemático para não ter a impulsão e para vibrar menos).

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