Com 274 atletas confirmados na Olimpíada de Paris, a delegação brasileira é plural em relação às chances de medalhas. Existem os esportistas considerados favoritos para o pódio, como Rebeca Andrade, da ginástica, Rayssa Leal, do skate, e Isaquias Queiroz, da canoagem; mas há também os que chegam com pouca badalação e podem surpreender. O GLOBO preparou uma ferramenta que dá ao leitor a possibilidade de conhecer um pouco de cada competidor, com informações básicas sobre cada um, mas também com curiosidades sobre suas vidas e trajetórias até chegar à Olimpíada de Paris. Veja alguns exemplos:
- Quem é Quem: Veja os atletas do Brasil na Olimpíada
Jacky Godmann, 25 anos, canoagem
Quarto lugar na final do C2 1000m nos Jogos de Tóquio, ao lado de Isaquias Queiroz, Jacky Godmann não vai sentir falta da família em Paris. O baiano de Itacaré estará com a sua tia Valdenice Conceição (de 34), que também irá representar o Brasil na canoagem no evento francês (no C1 200m). A responsabilidade, por sua vez, vem de berço, já que o tio, Vilson Conceição, foi medalha de prata no Pan do Rio-2007 justamente no C2 1000m.
Nicolas Albiero, 25 anos, natação
Estreante, ele é o primeiro nadador abertamente gay a competir numa Olimpíada pelo Brasil. Foi nas redes sociais que tornou pública sua orientação. E é por lá que faz referências às lutas LGBTQIA+ e compartilha registros de participação nas paradas do orgulho gay. Nascido em Kentucky (EUA), é filho de brasileiro com americana. Treinado pelo pai, Arthur, foi duas vezes campeão da NCAA, a principal associação do esporte universitário do país e chegou à seleção junior do país. Há menos de um ano, mudou-se para Belo Horizonte. E ainda está aprendendo português.
Bruna Alexandre, 29 anos, tênis de mesa
Bruna está prestes a fazer história em Paris-2024, após ter se tornado a primeira atleta paralímpica brasileira convocada para uma edição de Jogos Olímpicos. A mesa-tenista, atual número 180 do ranking mundial, foi bronze nas Paralimpíadas do Rio-2016 e prata em Tóquio-2020. Aos seis meses de vida, ela teve de ser submetida à amputação do braço direito por consequência de uma trombose, provocada por uma injeção mal aplicada. O início no tênis de mesa aconteceu aos 12 anos.
Nathalie Moellhausen, 35 anos, esgrima
A esgrimista já se distingue da maioria dos brasileiros por sua origem. Filha de alemão com ítalo-brasileira, nasceu em Milão (Itália), país que defendeu em seus primeiros anos. Após perder espaço na equipe local, em 2012, dedicou-se a outras áreas: cursou Filosofia na renomada Universidade Sorbonne, em Paris; trabalhou como modelo para grifes do porte da Dolce & Gabbana; e fundou uma produtora de eventos. Sua reconexão com a esgrima se deu em razão da reaproximação com o Brasil, em 2014, como parte de um projeto que pretendia desenvolver o esporte no país.
Tarciane, 21 anos, futebol
A zagueira viveu um trauma num campinho de futebol aos 5 anos que quase a afastou do esporte. Um menino mais velho pôs fogo num jornal e jogou nas costas da menina, que foi salva pela mãe e até hoje guarda cicatrizes pelo corpo. Mas a paixão pelo futebol e o talento a trouxeram de volta aos gramados. Destaque no Fluminense, foi contratada pelo Corinthians, em 2021, onde atuou até abril deste ano. A venda para o Houston Dash, dos Estados Unidos, por R$ 2,59 milhões, se tornou a negociação mais cara da história do futebol feminino brasileiro.
Isabela Abreu, 29 anos, pentatlo
O que não faltam são habilidades para a estreante em Jogos Olímpicos, Além das cinco modalidades do pentatlo moderno (hipismo, natação, esgrima e tiro com corrida), ela ainda entende tudo de eletricidade. A curitibana é formada em engenharia elétrica, ofício que quase a tirou do caminho esporte. Mas a paixão pelos desafios e a adrenalina a fez se reaproximar das competições. A decisão foi premiada com a conquista da vaga olímpica. E no momento certo. Apaixonada por cavalos, vai competir na última edição dos Jogos em que a equitação faz parte da modalidade.