A cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris-2024 desvendou um dos principais segredos que sempre envolve as edições dos Jogos: a pessoa responsável por acender a pira olímpica. E, desta vez, coube a uma lendária dupla do esporte francês a responsabilidade de realizar o ato simbólico que inicia o evento: a ex-velocista Marie-José Pérec e o judoca Teddy Riner, ambos tricampeões olímpicos e nascidos no mesmo local.
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Pérec é considerada uma lenda viva do esporte francês. A ex-atleta de 56 anos conquistou três medalhas de ouro no atletismo. Em Barcelona-1992, foi campeã dos 400 metros rasos, prova que voltou a vencer em Atlanta-1996. Naquela edição nos EUA, também levou o ouro nos 200 metros.
Dessa forma, tornou-se a primeira atleta — até hoje, também a única mulher — a ter vencido dois ouros olímpicos nos 400 metros rasos. Além disso, sagrou-se bicampeã mundial na mesma prova, nos anos de 1991 e 1995.
Nascida na ilha de Guadalupe, no Caribe, Pérec se mudou para Paris quando tinha 16 anos. Tendo uma habilidade natural para a velocidade desde criança, foi facilmente reconhecida pelos seus treinadores e, apesar de não ter o sonho inicial de praticar o atletismo, foi levada para esta carreira. Sua primeira edição de Jogos Olímpicos disputada foi Seul-1988.
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A própria já havia afirmado que ficaria muito honrada se fosse escolhida para acender a pira das Olimpíadas realizadas em seu país. Mas disse que preferia fazer parte de uma equipe que incluísse paratletas, para reforçar a ideia de Jogos acessíveis (uma das principais bandeiras dos organizadores), o que realmente aconteceu.
— Acho que uma equipe inclusiva será a melhor mensagem que a França poderia mandar nesses tempos sombrios — disse Pérec, em novembro.
Tricampeão no tatame
Já Riner é uma lenda em atividade, considerado um símbolo da vitória absoluta na França e ainda sendo uma das principais referências da atual delegação, aos 35 anos. Tendo ficado invicto em combates por quase uma década — entre 2010 e 2020 —, o judoca faz parte do seleto grupo de tricampeões olímpicos no país. Nesta edição, o atleta de 35 anos buscará sua terceira medalha de ouro individual, e um tetracampeonato.
Competidor da categoria de peso acima dos 100kg, ele conquistou o ouro em Londres-2012 e na Rio-2016. Já em Tóquio-2020, subiu ao topo do pódio olímpico na disputa por equipes mistas. Seu currículo olímpico é completado por dois bronzes individuais: um em Pequim-2008, sua edição de estreia, e outro no Japão.
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Caso vença mais um título individual, juntará-se ao canoísta Tony Estanguet como o único atleta francês a ter vencido três títulos desta modalidade em três edições diferentes das Olimpíadas. Além disso, Riner tem nove títulos mundiais.
Considerado por muitos o maior nome da História do judô, Riner também nasceu na ilha de Guadalupe. Antes de descobrir a paixão pelo esporte de combate, no qual iniciou sua carreira aos 15 anos, ele praticou escalada esportiva, golfe, tênis e natação. Em 2007, com 18 anos, tornou-se o mais jovem campeão mundial do judô.