Nesta quinta-feira (1) Rebeca Andrade e Simone Biles colocaram a ginástica artística no centro dos acontecimentos das Olimpíadas de Paris. Rebeca Andrade conquistou a medalha de prata na ginástica artística individual geral. Com isso, a ginasta de 25 anos chegou ao quarto pódio olímpico. Depois da prata no individual geral e do ouro no salto em Tóquio, em 2020, ela garantiu o bronze ao lado de Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira.
Nesta edição dos Jogos, se sagrou como a mulher com maior número de medalhas. Com o novo pódio, empata com Serginho, do vôlei, e o nadador Gustavo Borges, com quatro, estando atrás de Robert Scheidt, Torben Grael e Isaquias Queiroz, que tem cinco cada.
As medalhas de Rebeca Andrade em Olimpíadas
- Ouro: Salto (Tóquio 2020)
- Prata: Individual geral (Tóquio 2020)
- Bronze: Equipes (Paris 2024)
- Prata: Individual geral (Paris 2024)
História de vida de Rebeca Andrade
Rebeca Andrade começou a treinar aos quatro anos, em um projeto social da prefeitura de Guarulhos, em São Paulo, sua cidade natal. Após uma temporada em Curitiba, foi morar no Rio e passou a integrar a equipe de ginástica artística do Flamengo, em 2011.
O primeiro resultado de vulto aconteceu na etapa da Copa do Mundo realizada em Ljubljana, na Eslovênia, de onde saiu com a medalha de bronze nas barras paralelas assimétricas. Em 2016, conquistou cinco medalhas na Copa do Mundo e estreou nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. No ano seguinte, conquistou três medalhas de ouro na Copa do Mundo, mas sofreu uma lesão no ligamento do joelho. Em 2018, na etapa da Copa do Mundo em Cottbus, conquistou duas medalhas de ouro e uma de prata.
Mas, assim como dois anos antes, 2019 foi complicado para Rebeca Andrade. Os dois ouros conquistados na etapa da Copa do Mundo realizada em Stuttgart, na Alemanha, foram ofuscados por mais uma lesão no joelho. Àquela altura, a nova cirurgia colocou em xeque a participação de Rebeca e da seleção brasileira nos Jogos de Tóquio 2020.
A prova de hoje é uma das mais importantes da modalidade olímpica. Rebeca compete na final do individual geral — quando a ginasta precisa executar séries fortes em todos os quatro aparelhos. A prova por equipes e a do individual geral são consideradas as mais nobres do esporte.
E o embate entre Rebeca e Biles promete. Das quatro notas da final por equipes, cada uma superou a outra em duas ocasiões. Enquanto Rebeca foi melhor no salto (15.100 x 14.900) e nas barras assimétricas (14.533 x 14.400), Biles teve maiores notas no solo (14.666 x 14.200) e na trave (14.366 x 14.133). Rebeca foi extremamente regular, forte, e mostrou que também é favorita ao pódio.
Das eliminatórias para a final por equipes, Rebeca já obteve melhora em algumas notas. Na estreia em Paris, ela ficou atrás de Biles em todos os aparelhos. A americana terminou em primeiro lugar no geral, solo e salto (com Rebeca em segundo). Em segundo na trave (a brasileira ficou em terceiro) e em nono nas barras assimétricas (com Rebeca em décimo).
Apesar da grande expectativa, Rebeca não deve fazer seu salto novo, o triplo twist Yurshenko (com três rotações de 360 graus). Como é de alta complexidade e ela ainda não o fez em uma competição internacional, pode ser arriscado demais — nas finais, a ginasta só tem uma chance.