Depois de dois dias sem campeonato por condições ruins, o surfe voltou a entrar em ação, na última quinta-feira, em Paris-2024. Gabriel Medina e Tatiana Weston-Webb avançaram às semifinais e seguem na briga para subir no lugar mais alto do pódio, assim como Italo Ferreira em Tóquio-2020.
O tricampeão mundial fez um dos confrontos mais aguardados diante do compatriota João Chianca, o Chumbinho, por conta do desempenho de ambos na fase anterior. Com o status de maior nota do surfe na Olimpíada (9,90), o local de Maresias (SP) encontrou as saídas dos tubos para superar o cria de Saquarema (RJ) em condições aquém para a perfeição de Teahupoo.
Medina enfrenta o australiano Jack Robinson em busca de uma vaga na decisão olímpica. O australiano é um dos principais surfistas da elite mundial e conhecido por ser uma pedra no sapato da "Brazilian Storm" (“tempestade brasileira”, apelido dado à geração nacional mais vitoriosa da modalidade).
Medina e Robinson rivalizaram justamente na Polinésia Francesa. Em 2023, o australiano levou a melhor na decisão da etapa e, ainda por cima, se garantiu na disputa pelo título mundial entre os cinco melhores da temporada. Na semifinal de Paris-2024, o brasileiro tem a oportunidade de revanche.
No feminino, Tatiana Weston-Webb venceu Caitlin Simmers, líder do ranking mundial, nas oitavas. A brasileira mostrou conhecimento da onda de Teahupoo ao somar duas notas na casa dos seis pontos. Irreconhecível, a então líder do ranking deu adeus à Olimpíada com direito à combinação na bateria (duas pontuações para assumir a liderança).
Nas quartas, Tatiana tirou vantagem da experiência na elite mundial em cima da espanhola Nadia Erostarbe. Já Luana, que havia vencido a compatriota Tainá Hinckel nas oitavas, perdeu para a costa-riquenha e terceira colocada do mundo, Brisa Hennessy, em uma bateria acirrada com ondas irregulares.
Como estavam do mesmo lado da chave, as brasileiras poderiam se enfrentar antes da decisão e garantir, pelo menos, a medalha de prata para o Brasil. No entanto, Tatiana enfrenta justamente Hennessy, algoz de Luana, na semifinal e pode fazer história ao conquistar a primeira medalha do surfe brasileiro feminino na Olimpíada.