/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/x/3/wpeYkBTQ6xwyLACITSvQ/biasouza.png)
A classificação de Beatriz Souza para a final do judô na categoria +78kg, em Paris, contou com a ajuda de quem, há apenas três anos, era concorrente. Bia, que ganhou ouro, podia ter feito sua estreia em Jogos Olímpicos na edição de Tóquio. Mas acabou perdendo a vaga para Maria Suelen Altheman, que hoje é sua treinadora no clube em que treina, o Pinheiros, de São Paulo.
- Quem são os atletas do Brasil na Olimpíada? Veja as histórias dos 274 brasileiros que competirão em Paris
- Medalhômetro: As chances de pódio do Brasil em Paris-2024
As duas travaram uma disputa acirrada pela vaga olímpica dos +78kg na capital japonesa, que só poderia ter uma representante do país. A corrida ficou ainda mais parelha quando ambas conquistaram o bronze no Mundial daquele ano olímpico. Beatriz havia vencido a francesa Julia Toloufa por imobilização e conquistado sua primeira medalha em Mundiais adultos, aos 23 anos. Já Suelen derrubou a cubana Idalys Ortiz, na primeira vitória sobre sua arquirrival depois de incríveis 17 derrotas em 17 lutas.
No fim, a Confederação Brasileira de Judô optou pela mais experiente, que já tinha duas participações em Jogos no currículo. Suelen deixou o torneio de Tóquio nas quartas de final, onde sofreu ruptura do tendão patelar do joelho esquerdo em combate justamente contra a francesa Romane Dicko, eliminada por Bia nas semifinais de Paris.
Durante a recuperação, Suelen decidiu se aposentar aos 34 anos. Ao saber da notícia, Bia não pensou duas vezes.
— Pedi para ser minha treinadora — contou Beatriz, que ficou mal após Tóquio-2020, mas continuou a ajudar a amiga-concorrente na preparação. — Falei para mim mesma que não sentiria aquilo de novo. Foi uma chave importante que virei.
As duas sempre foram próximas, e Suelen deu conselhos a Beatriz a vida toda. A hoje finalista olímpica de Paris-2024 chegou a ser sparring de Suelen na Rio-2016.
O ciclo de Bia sob o treinamento de Suelen foi positivo. Ela foi medalhista de bronze no Pan de Santiago, no Chile, em 2023 e chegou em Paris como a número 5 da categoria no ranking mundial da federação de judô, que tem Dicko como líder.
Quantas medalhas tem Bia Souza?
Beatriz conta com seis medalhas em mundiais (duas pratas e quatro bronzes), 12 em Grand Slam (três ouros, duas pratas e sete bronzes), e dez em Pan-Americanos de Judô (seis ouros, duas pratas e dois bronzes), entre juvenil e adulto.
