Olimpíadas
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A camaronesa Cindy Ngamba, que disputa a Olimpíada pela equipe de Refugiados, venceu a luta das quartas de final na categoria até 75 kg do boxe feminino, neste domingo (4). Com o resultado, ela garante a primeira medalha da história para a equipe de Refugiados. Ela terminará a competição no mínimo com a medalha de bronze, mesmo se for eliminada na semifinal.

Neste domingo (4), Ngamba, que era uma das cotadas ao pódio na sua categoria, venceu a francesa Davina Michel. A próxima luta acontece somente na quinta-feira (8), contra a panamense Atheyna Bylon. Se vencer, a camaronesa vai para a final para a disputa do ouro. Se perder, termina com a medalha de bronze.

Em sua terceira participação olímpica, a equipe de Refugiados ainda não havia conquistado uma medalha. Nessa edição, a equipe chegou com a sua maior delegação: 36 atletas, todos reconhecidos pela ONU como oficialmente refugiados.

Refugiada por ser homossexual

A pugilista Cindy Ngamba, de 25 anos, se classificou para os Jogos sem precisar ser convidada e é a grande esperança de medalha do time. Camaronesa que mora na Grã-Bretanha, a porta-bandeira do time na cerimônia de Abertura é tricampeã no país em três categorias de peso diferentes e vai estrear em Paris nesta quarta-feira, contra a canadense Tammara Thibeault, a partir de 12h (horário de Brasília).

Há 15 anos na Inglaterra, Ngamba não pode voltar ao país onde nasceu por ser homossexual, motivo de punição com até cinco anos de prisão em Camarões. Formada na escola, foi estudar Criminologia na Universidade de Bolton. Depois de passar por um período de dificuldade na adaptação à faculdade, a pugilista encontrou o ginásio Elite Boxing , em Bolton, e o boxe se tornou sua saída para mudar de vida.

Ngamba ainda tenta obter um visto e a cidadania britânica. Por não ter o passaporte, ela não poderia lutar pela Equipa Grã-Bretanha nas Olimpíadas de Paris. A GB Boxing, confederação que rege o esporte no país, chegou a fazer um pedido formal ao Ministério do Interior, órgão responsável por analisar os pedidos, mas não recebeu uma resposta positiva. A pugilista conseguiu realizar o sonho de disputar os Jogos após ter ganho uma bolsa de estudo para a equipa de refugiados do COI.

Antes de obter o status de refugiada, Cindy Ngamba permanecia no Reino Unido de maneira precária. Aos 20 anos, esteve à beira de ser deportada depois de ter participado no que pensava ser um processo de assinatura de rotina para informar as autoridades de que ainda estava no país. Ela foi detida, juntamente com o seu irmão Kennet, e enviada de Manchester para um campo de detenção em Londres. Foi libertada no dia seguinte pelo tio, morador de Paris que trabalha para o governo francês.

EQUIPE DE REFUGIADOS

A equipe de Refugiados para as Olimpíadas de Paris é composta por 23 homens e 13 mulheres. A delegação engloba atletas de 11 países de origem, na África, Ásia e América, que foram acolhidos por 15 comitês olímpicos diferentes. O time tem representantes em 12 modalidades dos Jogos: atletismo, badminton, boxe, breaking, canoagem, ciclismo, judô, levantamento de peso, natação, taekwondo, tiro esportivo e wrestling.

Como foi nas últimas duas Olimpíadas, Rio-2016 e Tóquio-2020, os atletas da equipe de Refugiados são convidados pelo COI para participarem dos Jogos. Na atual edição, dois garantiram a vaga a partir do desempenho nas competições classificatórias. Além da boxeadora Cindy Ngamba, o lutador de taekwondo afegão refugiado no Irã, Ali Reza Abbasi não chega a Paris por meio do tradicional convite. Eles são a grande esperança de levarem o time de refugiados ao pódio pela primeira vez na história.

As duas classificações não são o único fato inédito da equipe de Refugiados, em Paris-2024. Esta também é a primeira vez que o time vai ter uma bandeira própria. Em vez de usar a olímpica, com os aros característicos dos jogos, vai usar uma arte própria, com um coração no centro.

Bandeira da equipe olímpica de refugiados — Foto: Divulgação/COI
Bandeira da equipe olímpica de refugiados — Foto: Divulgação/COI

O COI fornece suporte aos atletas refugiados, desde 2017, com bolsas da Fundação Olímpica de Refugiados. Durante o período, a entidade já permitiu que 400 mil pessoas tivessem acesso ao esporte em segurança.

VEJA DELEGAÇÃO DOS ATLETAS REFUGIADOS EM PARIS 2024

  1. Farida Abaroge (etíope refugiada na França) - Atletismo
  2. Omid Ahmadisafa (iraniano refugiado na Alemanha) - Boxe
  3. Yahya Al Ghotany (sírio refugiado na Jordânia) - Taekwondo
  4. Mohammad Amin Alsalami (sírio refugiado na Alemanha) - Atletismo
  5. Amir Ansari (afegão refugiado na Suécia) - Ciclismo de estrada
  6. Sibghatullah Arab (afegão refugiado na Alemanha) - Judô
  7. Matin Balsini (iraniano refugiado na Grã-Bretanha) - Natação
  8. Mahboubeh Barbari Zharfi (Iraniano refugiado na Alemanha) - Judô
  9. Edilio Francisco Centeno Nieves (venezuelano refugiado no México) - Tiro esportivo
  10. Muna Dahouk (síria refugiada na Holanda) - Judô
  11. Jamal Abdelmaji Eisa Mohammed (sudanês refugiado em Israel) - Atletismo
  12. Saeid Fazloula (iraniano refugiado na Alemanha) - Canoagem velocidade
  13. Tachlowini Gabriyesos (eritreu refugiado em Israel) - Atletismo
  14. Eyeru Gebru (etiópe refugiada na França) - Ciclismo de estrada
  15. Yekta Jamali Galeh (iraniana refugiada na Alemanha) - Levantamento de peso
  16. Fernando Dayán Jorge Enríquez (cubano refugiado nos Estados Unidos) - Canoagem velocidade
  17. Dorian Keletela (congolês refugiado na França) - Atletismo
  18. Adnan Khankan (sírio refugiado na Alemanha) - Judô
  19. Perina Lokure (sul-sudanesa refugiada no Quênia) - Atletismo
  20. Iman Mahdavi (iraniano refugiado na Itália) - Wrestling
  21. Farzad Mansouri (afegão refugiado na Grã-Bretanha) - Taekwondo
  22. Alaa Maso (sírio refugiado na Alemanha) - Natação
  23. Kasra Mehdipournejad (iraniano refugiado na Alemanha) - Taekwondo
  24. Cindy Ngamba (camaronense refugiada na Grã-Bretanha) - Boxe
  25. Dina Pouryounes Langeroudi (iraniana refugiada na Holanda) - Taekwondo
  26. Mohammad Rashnonezhad (iraniano refugiado na Holanda) - Judô
  27. Amir Rezanejad (iraniano refugiado na Alemanha) - Canoagem slalom
  28. Ramiro Mora Romero (cubano refugiado na Grã-Bretanha) - Levantamento de peso
  29. Nigara Shaheen (afegã refugiada no Canadá) - Judô
  30. Luna Solomon (eritreia refugiada na Suíça) - Tiro esportivo
  31. Saman Soltani (iraniana refugiada na Áustria) - Canoagem velocidade
  32. Musa Suliman (sudanês refugiado na Suíça) - Atletismo
  33. Manizha Talash (afegã refugiada na Espanha) - Breaking
  34. Hadi Tiranvalipour (iranianoa refugiado na Itália) - Taekwondo
  35. Jamal Valizadeh (iraniano refugiado na França) - Wrestling
  36. Dorsa Yavarivafa (iraniana refugiada na Grã-Bretanha) - Badminton

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