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Pelé lamenta morte de Elza Soares e cita Garrincha: 'Cantou até o fim'

Cantora morreu aos 91 anos por causas naturais em sua casa no Rio de Janeiro
A cantora Elza Soares, que morreu no Rio Foto: MAURO PIMENTEL / AFP
A cantora Elza Soares, que morreu no Rio Foto: MAURO PIMENTEL / AFP

O Rei do futebol Pelé lamentou a morte da cantora Elza Soares nesta quinta-feira e citou o ex-companheiro de seleção brasileira Garrincha, que também faleceu no dia 20 de janeiro, há quase 40 anos. A artista morreu aos 91 anos em razão de causas naturais em sua casa, no Rio de Janeiro, segundo a família.

"Como prometido em sua música, ela cantou até o fim. Elza se despede hoje, coincidentemente no mesmo dia 20 de janeiro em que Mané também nos deixou. Uma lenda da nossa música, histórica, genuína, ímpar e inigualável. Hoje ela nos deixa, mas no coração, ela sempre será eterna", escreveu Pelé.

Garrincha, marido de Elza entre 1966 e 1982 e grande amor da vida da cantora, também morreu num dia 20 de janeiro, no ano de 1983. Juntos, Pelé e Garrincha jogaram 30 vezes e nunca perderam - foram 26 vitórias e quatro empates. Não à toa são considerados a maior dupla da história do futebol.

Clube de coração de Elza, o Flamengo também lamentou a morte da cantora, assim como o Botafogo, que tem Garrincha como seu maior ídolo.

Considerada uma das maiores cantoras da história da música brasileira, Elza Gomes da Conceição começou a cantar no fim do anos 1950 e início dos anos 1960. Em toda a carreira, foram 24 álbuns, entre samba, jazz, com pitadas de hip hop, música eletrônica e funk. Considerada "cantora do milênio" pela rede de televisão britânica BBC, a artista se denominou "A mulher do fim do mundo" desde o lançamento do álbum homônimo, em 2015. Foi o 34º trabalho da carreira, o primeiro exclusivamente de inéditas.

Num país conhecido pelas imensas cantoras que a música popular produziu, Elza Soares foi, entre elas, a que teve a trajetória mais inacreditável: nascida na favela carioca de Moca Bonita (hoje Vila Vintém), foi mãe pela primeira vez aos 13 anos, aos 15 já tinha passado pela perda de um filho e aos 21 era viúva. Cantava para não enlouquecer, e a história que se tornaria a mais lendária de sua biografia aconteceu em 1953, quando foi tentar a sorte no programa “Calouros em desfile”, apresentado na Rádio Tupi por Ary Barroso. Diante da moça acanhada, em trajes humildes, Ary perguntou: “De que planeta você veio?” E Elza: “Do seu planeta, seu Ary! Do planeta fome!”