Esportes

Saiba quem são os gestores que assumem diretoria de Esportes do COB após polêmica demissão de Bichara

Entidade dividiu a área em duas: Ney Wilson ficará responsável pelo Alto Rendimento e Kenji Saito responderá pelo Desenvolvimento; COB transformou-se em "República do Judô"
 Kenji Saito e Ney Wilson Foto: Reprodução
Kenji Saito e Ney Wilson Foto: Reprodução

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) informou nesta quinta-feira que Ney Wilson e Kenji Saito são os dois novos diretores de Esportes da entidade, em uma nova configuração. Eles substituem o ex-diretor de Esportes, Jorge Bichara, que foi demitido na última terça-feira, apesar de ser considerado um diretor vitorioso.

A área foi dividida: Ney Wilson ficará responsável pelo Alto Rendimento e Kenji Saito, por sua vez, responderá pelo Desenvolvimento. Ambos trabalharam juntos na Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

Sem dar as explicações sobre a saída de Jorge Bichara, o presidente do COB Paulo Wanderley disse, via assessoria de imprensa, como vai funcionar a nova divisão da diretoria de esportes: “A divisão de Esportes entre dois diretores vai ao encontro da proposta que temos adotado nos últimos anos, de divisão dos departamentos. Foi assim com as áreas Administrativa e Financeira e, mais recentemente, com Comunicação e Marketing. Tudo isso para atender ainda melhor o esporte brasileiro".

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Ney Wilson, de 63 anos, estava desde 2001 na CBJ, onde atuava como gestor de Alto Rendimento. Como dirigente do judô nacional, conquistou 14 medalhas em Jogos Olímpicos. Também é mestre em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. O gestor inicia seu trabalho no COB no dia 11 de abril.

Kenji Saito, de 39 anos, assume o novo posto de imediato. Ele trabalha no COB desde 2018 e ocupava a posição de gerente-executivo de Desenvolvimento Esportivo.

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Anteriormente, também havia trabalhado na CBJ e nos Comitês Organizadores dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e Tóquio 2020. É mestre em Ciências do Esporte e Estudos Olímpicos pela Universidade de Tsukuba, no Japão. Ele será chefe de missão da delegação brasileira nos Jogos Sul-americanos da Juventude de Rosário, na Argentina, de 28 de abril a 8 de maio.

República do Judô

A decisão confirma o aumento da influência da "República do Judô" dentro do COB.

Paulo Wanderley, que assumiu a presidência da entidade no fim de 2017, foi ex-presidente da CBJ e levou consigo Rogério Sampaio (de quem foi treinador), para ser o CEO. Manoela Penna, ex-diretora de comunicação e marketing, também foi levada por Waderley. Ela, no entanto, não faz mais parte da diretoria da entidade por escolha própria.

O único cargo importante no qual Paulo Wanderley não havia mexido havia sido a diretoria de Esporte, sob comando de Jorge Bichara desde a saída de Marcus Vinicius Freire depois da Rio-2016.

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Mas o presidente e o diretor entraram em rota de colisão quando Wanderley quis ampliar o espaço da "República no Judô no COB", principalmente através de Kenji Saito, então gerente de desenvolvimento esportivo, e Christian Trajano, diretor de educação e controle de doping.

No fim do ano passado, o presidente sugeriu que a diretoria de Bichara fosse dividida em duas, separada em treinamento esportivo e ciência do esporte, e o diretor disse que, se fosse assim, ele poderia ser demitido.

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A demissão de Jorge Bichara causou onda de indignação de vários atletas, ex-atletas, dirigentes e outros. Muitos pediram que o presidente explicasse o motivo pelo qual afastou o responsável pela campanha vitoriosa de Tóquio-2020. No entanto, o presidente não deu entrevistas a respeito e o COB apenas soltou nota oficial protocolar e sem informações relevantes.