Surfe
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Por Renato de Alexandrino — Rio de Janeiro

O surfe brasileiro vive há anos um paradoxo. Enquanto lá fora os representantes da chamada “Brazilian Storm” — Gabriel Medina, Filipe Toledo e Italo Ferreira, entre outros — dominam as etapas da World Surf League (WSL), em casa a situação é outra. O circuito nacional sofria com falta de apoio, os eventos minguavam e coroar um campeão era uma dificuldade imensa. O cenário começou a mudar no ano passado e a expectativa é de novos ares nesta temporada, com a criação do Dream Tour. O nome é pomposo e um tanto ambicioso, especialmente se levadas em conta as condições mexidas e irregulares das ondas de Xangri-lá, no Rio Grande do Sul, palco da etapa inicial, encerrada ontem com vitórias de Ian Gouveia e Silvana Lima.

Com o patrocínio de empresas grandes e de fora do mercado especializado do surfe, o circuito terá mais cinco eventos, com cada um distribuindo R$ 400 mil de premiação total para os 64 homens e 24 mulheres. O encerramento será na paradisíaca Fernando de Noronha — aí sim um local que combina mais com o nome Dream Tour. Entre os participantes, estão nove ex-integrantes da elite da WSL: oito homens e Silvana Lima.

— Os atletas que brilharam no circuito mundial agora podem retornar para um circuito brasileiro rico de oportunidades — diz o presidente da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf), Flávio Teco Padaratz, ele mesmo um ex-competidor do circuito mundial. — O surfista parado em casa é o pior cenário. Queremos movimentá-los em competições para terem visibilidade e conseguirem novos patrocínios. Assim, o mercado ganha novos ídolos para poder explorar.

formar novos talentos

A oportunidade para os nomes da nova geração e para competidores que seguem buscando uma vaga na elite do surfe mundial pode ser o grande legado do Dream Tour para o futuro. Em meio à crise econômica do país, muitos atletas sofrem ainda com falta de patrocínio e de condições para viverem apenas do esporte, especialmente com os altos custos para viajar e competir nas etapas da divisão de acesso do surfe mundial. Por anos havia a preocupação em relação à continuidade do bom momento nacional a nível mundial, o temor de que gerações se perdessem por falta de condições financeiras para se dedicarem ao esporte.

— O objetivo máximo da CBSurf e do Dream Tour é justamente dar destaque a novos nomes e repor os atletas da “Brazilian Storm”. Temos vários talentos surgindo com muita força, como o Cauã Costa, de 19 anos, um garoto que promete muito, além do Israel Junior, atual campeão brasileiro, que está surpreendendo dando aéreos incríveis. Pretendemos que eles tenham condições financeiras, técnicas e físicas para se preparem para o campeonato mundial — aposta Teco.

Israel, natural da mesma Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, onde nasceu o campeão olímpico e mundial Italo Ferreira, ainda espera decolar fora da água como consegue voar sobre as ondas. Aos 25 anos, ele ao menos comemora poder agora se dedicar apenas ao surfe.

— Não tenho ainda patrocínio principal. Consigo viabilizar minhas viagens através das premiações, além de pagar as contas. Esse circuito vai facilitar o surgimento de novos atletas. Ele veio para mudar a história do surfe brasileiro — acredita Israel.

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