Fotos
PUBLICIDADE

As ruas do Quênia têm sido tomadas por protestos desde semana passada e já deixaram pelo menos cinco mortos e 31 feridos. Nesta terça-feira, as forças de segurança abriram fogo e entraram em confronto após manifestantes invadirem o Parlamento e a Prefeitura de Nairóbi e atearem fogo em veículos próximos à Suprema Corte do País para expressar sua oposição a um controverso projeto de lei que pretende aumentar os impostos no país. A proposta, apresentada em maio, foi debatida pela primeira vez no Parlamento na semana passada e foi aprovada em terceira leitura nesta tarde.

Nascido nas redes sociais e inicialmente liderado pelos mais jovens, o movimento “Occupy Parliament” (Ocupar o Parlamento, em tradução livre) se transformou em um protesto mais amplo ao se opor ao projeto de orçamento para 2024-2025, ou Lei das Finanças de 2024, que contém disposições vistas como encargos adicionais aos cidadãos comuns e às empresas, saturando uma população já sobrecarregada e com uma raiva latente frente ao elevado custo de vida. O governo afirmou que os aumentos de impostos são necessários para pagar a dívida pesada do país e evitar o default.

Em maio, o Quênia registrou uma inflação de 5,1% ao ano, com aumentos nos preços de alimentos e combustíveis de 6,2% e 7,8%, respectivamente, segundo o Banco Central. Se aprovado, o projeto aumentará o custo dos produtos essenciais, alguns dos quais são importados de países vizinhos da África Oriental e de outros mais distantes. Entre os produtos atingidos estão ovos, óleo de cozinha e outros bens. A lei também aumentará os impostos sobre os serviços de transporte e de entrega de alimentos, que empregam muitos jovens, e sobre a utilização do telefone e da Internet.

Cinco dias após o projeto ter sido apresentado, o governo anunciou que algumas propostas controversas estavam sendo retiradas, e o presidente William Ruto prometeu manter as negociações para levar adiante as preocupações. As promessas porém surtiram pouco efeito para aplacar a indignação da população, que agora exige a suspensão total do texto, que será votado antes do dia 30.

Protestos contra aumento de impostos deixam mortos e feridos no Quênia

Protestos contra aumento de impostos deixam mortos e feridos no Quênia

Mais recente Próxima Início de estação seca tem alta de 1000% em fogo no Pantanal: Mato Grosso do Sul decreta situação de emergência