A Escola de Garotas Rajkumari Ratnavati foi criada com o intuito de educar meninas com idades entre 5 e 16 anos em Jaisalmer, norte da Índia. A estrutura de 836 m² é situada no deserto de Thar, região com a menor taxa de alfabetização feminina do país. Por conta da importância para a sociedade indiana, a arquiteta responsável, Diana Kellogg, projetou a escola para remeter a um forte.
O local foi construído com arenito de origem local, esculpido à mão, material comum na região devido à sua resistência às altas temperaturas. As paredes, revestidas em gesso e cal, ajudam a liberar umidade. A energia é fornecida por painéis solares e a distribuição de água é realizada por um sistema de captação de chuva. Os tetos são altos para liberar o calor das salas e um mosaico de ladrilhos azuis foi escolhido para promover contraste com as paredes amarelas.
Kellogg, motivada após uma viagem a Jaisalmer em 2014, queria que o edifício representasse a esperança e a resistência das pessoas no deserto. A arquiteta decidiu mesclar características tradicionais da cidade com aspectos do design moderno e contemporâneo. Apenas com ventilação natural, a área interna da escola pode ficar até 13ºC mais baixa que a temperatura exterior, que chega a quase 50ºC no verão.
A construção, por conta do formato elíptico, promove mais circulação de ar fresco. Para a arquiteta, o simbolismo do formato também remete ao feminino. Apesar do pátio aberto, as paredes são perfuradas para resfriar o ambiente e proteger do sol. Em uma das paredes da escola, Kellogg instalou jali, uma grade de arenito que permite a entrada de vento.
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