Pesquisadores do Instituto de Biologia da UFRJ encontraram, pela primeira vez, uma espécie de bagre dourado raro no nos rios e cachoeiras do Parque Nacional da Tijuca. No Brasil todo, este é o segundo local onde este pequeno bagre de coloração rara é identificado. Até então, ele só havia sido registrado na região do rio Ribeira do Iguapé, na divisa dos estados de São Paulo e Paraná.
O Trichomycterus jacupiranga é uma espécie de bagre, um peixe popular de água doce e que ocorre em diversos lugares da América do Sul. A maioria deles apresenta um corpo amarelado com faixas pretas que atravessam o dorso, o que faz parecer que eles usam celas, além de outras variações no padrão de manchas e de marcas.
As amostras estudadas foram coletadas em 2021. Naquele momento, os cientistas desconfiavam que era preciso investigar melhor o material que tinham em mãos. Para aprofundar os estudos, foram utilizados testes de DNA com o uso de PCR, a técnica que ficou popularmente conhecida devido aos testes para identificar ou não a contaminação por Covid-19.
Em 2023, o doutorando Paulo Vilardo e os professores doutores Axel Katz e Wilson Costa descreveram na revista neozelandesa Zootaxa, publicação científica que é referência mundial em Zoologia, a ocorrência inédita, no Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com os pesquisadores, os peixes se alimentam muito de larvas de mosquitos, o que auxilia no controle biológico de vetores de doenças, como os mosquitos da dengue, febre amarela e outras doenças.