Tupperware admite que pode acabar e ‘derrete’ quase 50% na Bolsa de NY

Por Rennan Setti


Tupperware Divulgação

Amados por sua resistência, os potes da Tupperware que abarrotam armários de cozinhas mundo afora podem acabar durando bem mais que sua própria fabricante.

As ações da Tupperware Brands Corp. despencam 47% na Bolsa de Nova York nesta segunda-feira, depois de a companhia alertar investidores para “sérias dúvidas sobre a continuidade” do negócio e informar que contratou assessores financeiros em busca de uma solução.

A companhia admitiu que pode ficar sem recursos para manter a operação rodando caso não consiga um aporte ou um financiamento. Em paralelo, informou estar avaliando demissões e outras possíveis economias em seu patrimônio imobiliário.

O documento da Tupperware foi uma resposta à Bolsa de Nova York, que afirmou que a companhia corria o risco de ter sua ação banida por não ter divulgado um balanço anual.

Fundada há 77 anos, a Tupperware se tornou um fenômeno global há décadas, conquistando consumidores ao redor do mundo que aspiravam às comodidades cristalizadas no imaginário da classe média americana no pós-Guerra. Mas, embora tenha virado metonímia — representando toda uma categoria —, a marca vem enfrentando dificuldades para se destacar com um produto que se tornou commodity e se manter relevante diante das mudanças nos hábitos de consumo das gerações millennial e Z.

“A Tupperware iniciou uma jornada para recuperar nossas operações, e o dia de hoje marca um movimento crítico para lidarmos com nossa posição de capital e liquidez”, disse o CEO Miguel Fernandez em comunicado à imprensa. “A empresa está fazendo tudo ao seu alcance para mitigar os impactos dos eventos recentes e tomando medidas imediatas para buscar financiamento adicional e resolver nossa situação financeira.”

Em um ano, as ações da Tupperware acumulam perda de 94%, com a companhia valendo apenas US$ 57 milhões na Bolsa.

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