"Sitiado em Lagos", de Abdias Nascimento, vai ganhar uma nova edição. Fora de catálogo há 40 anos, o livro chega este mês às livrarias pela editora Perspectiva.
A obra é uma espécie de autodefesa de um negro acossado pelo racismo: Abdias denuncia a censura e a pressão diplomática contra sua participação em colóquio no Festac 77, um festival na Nigéria que visava celebrar a cultura e a identidade africanas. O governo militar de então tentou impedir que o dramaturgo, professor e ativista comparecesse ao evento.
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Diz um trecho:
"O que quero reafirmar é que a experiência de um negro não se restringe a uma dimensão de pura subjetividade intransitiva. Muito pelo contrário, a experiência pessoal do negro registra-se como um fenômeno sociocultural que abrange a inteira coletividade oprimida, vítima de diversas destituições de elementos básicos à sua sobrevivência como povo".