O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julga nesta quinta-feira uma ação civil pública contra a Bombril por suposto racismo estrutural em propaganda do produto “Krespinha”, que associava os cabelos de mulheres negras a palha de aço para lavar louça.
- Em destaque: Palmeiras derruba cobrança fiscal de R$ 200 milhões
- CNJ vai decidir sobre desembargador que deixou Lava-Jato após revelação de elo com Moro
A ação, movida por duas organizações de direitos humanos, se baseia em uma decisão do Conar que advertiu a empresa de recomendou a retirada das peças do portal da Bombril. As entidades pedem indenização por danos morais no valor de R$ 1 milhão, a serem investidos em projetos e ações afirmativas.
A Bombril nega que seus anúncios contenham qualquer cunho racista ou façam alusão ao cabelo de mulheres negras. Alega ainda que o nome foi escolhido há mais de 70 anos em referência à superfície áspera do produto, retirado do mercado em 2020 após as acusações.
- Entenda: Renner terá de se retratar nas redes e em loja palco de caso de racismo
- 'Stalking': Justiça derruba redes de mulher após acusações em série a ministro do STJ
O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) e a ONG Criola indicaram como testemunhas a deputada Benedita da Silva e Anielle Franco. Em abril, a Justiça do Rio dispensou a ministra da Igualdade Racial de depor como testemunha no processo.
Os advogados Carlos Nicodemos e Maria Fernanda Fernandes, que representam as autoras, sustentam que o objeto da ação é a “existência de um produto que carrega em seu nome e slogan (‘ideal para limpeza pesada’) um caráter ofensivo e retrógrado aos direitos das mulheres negras, caracterizando um ato discriminatório da empresa”.
- Leia mais: Clique, acesse e confira todas as notas da coluna sobre política, economia, negócios, esporte e cultura
- Canal Lauro Jardim no WhatsApp: Siga e ative as notificações 🔔 para receber bastidores exclusivos