A produtora que fez os vídeos da pré-campanha de Sérgio Moro à presidência da República pelo Podemos, em 2022, conseguiu no início de julho uma ordem judicial de bloqueio das contas do partido para pagar uma dívida de R$ 2,6 milhões. Mas quando os oficiais de Justiça foram executar a ordem, só encontrou R$ 6 287,25.
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Desde o início do ano, o Podemos já recebeu R$ 15,6 milhões do fundo partidário. Mas o advogado da legenda, Alexandre Bissoli, diz que todo o dinheiro foi usado no pagamento de fornecedores.
O processo diz respeito ao material que o partido encomendou à produtora D7 e ao marqueteiro Pablo Nobel para lançar Sérgio Moro no cenário nacional, no início de 2022.
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O ex-juiz da Lava Jato foi apresentado como pré-candidato a presidente no final de 2021, mas saiu da legenda em abril de 2002 depois de conflitos com a cúpula. Moro se transferiu para o União Brasil e acabou disputando o Senado pelo Paraná, por onde foi eleito.
Depois disso, o Podemos não pagou mais as faturas, e a produtora entrou com a ação na Justiça paulista.
No final de agosto de 2022, a juíza Flávia Poyares Miranda condenou o partido e mandou bloquear o dinheiro para pagar a produtora.
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Um mês depois, no final de setembro, a juíza mudou de postura e acatou um recurso do Podemos, que argumentou que o fundo partidário é verba impenhorável. As contas, então, foram desbloqueadas.
O Podemos alega ainda que o contrato previa a elaboração um conjunto de propagandas para o "órgãos estaduais" e outra para o "órgão nacional", mas a produtora só teria feito metade do trabalho. Por isso, não poderia pagar o valor total sob pena de ser até responsabilizado por mau uso dos recursos.
Vídeo da pré-campanha de Moro: briga na Justiça por pagamento de R$ 2,6 milhões
Já a produtora afirma que fez sim o que havia sido combinado, veiculando uma propaganda com Moro e outra com a presidente do Podemos, Renata Abreu, nos horários estaduais de todo o Brasil, e também no horário nacional (confira o vídeo com Moro abaixo).
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Quando os recursos foram bloqueados pela primeira vez, o Podemos tinha R$ 2,3 milhões em sete contas.
Depois do desbloqueio, a produtora entrou com um agravo no Tribunal de Justiça, que foi acatado pelo desembargador Nuncio Theophilo Neto no último dia 04. A informação sobre essa liminar foi dada em primeira mão pela jornalista Daniela Lima, da Globonews.
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Mas a pesquisa para o novo bloqueio, feita no último dia 25, mostrou que as contas do Podemos só tinham R$ 6.287,25.
O advogado da produtora, Felipe Moreira, já pediu que seja feito uma nova tentativa de bloqueio neste início de mês, que é quando os recursos do fundo partidário são depositados.
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O Podemos, contudo, diz que vai continuar recorrendo e pretende levar o assunto até o STF, se necessário. Se isso acontecer, mesmo que as contas da legenda sejam abastecidas, o dinheiro deverá ficar retido até o final da controvérsia.
Aí, a produtora e o marqueteiro da breve pré-campanha de Moro terão de esperar.
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