Por Malu Gaspar

Formada pela USP, cobriu política nos principais veículos do... ver mais

Aras já admite derrota na escolha de Lula para PGR, mas mira prêmio de consolação

Por Malu Gaspar


O procurador-geral da República, Augusto Aras, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva Fellipe Sampaio/STF

Já faz algumas semanas que o procurador-geral da república, Augusto Aras, perdeu as esperanças de ser reconduzido ao cargo por mais dois anos por Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente da República, que prevê escolher o substituto de Aras na PGR nos próximos dias, já adiantou que vai optar entre os subprocuradores Paulo Gonet, que também é vice-procurador eleitoral, e Antonio Bigonha. Gonet é o candidato de Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, e Bigonha é apoiado pelo PT.

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Mas Aras, que teve inicialmente o apoio de parlamentares petistas da Bahia, não se considerou necessariamente derrotado. Isso porque, segundo seus aliados no Judiciário, ele tinha um segundo objetivo além de cavar uma recondução: obter, nas conversas com o PT, a garantia de que não será perseguido pelo governo ao longo dos próximos anos.

Motivos não faltariam, caso se pretendesse investigar a fundo a atuação (ou a omissão) de Aras – na pandemia, no próprio Ministério Público ou até em relação aos esforços de Jair Bolsonaro para minar a credibilidade do sistema eleitoral –, seja pelo Congresso ou pela Polícia Federal, ou mover algum processo pela Advocacia-Geral da União de Lula.

Até mesmo a leniência em relação aos bloqueios nas estradas após a derrota de Bolsonaro nas urnas – que Aras chamou de "rescaldo indesejável, porém compreensível", apesar dos apelos dos procuradores da República para que tomasse uma atitude – poderiam ser alvo de alguma ação.

Apesar disso, há no PT uma boa vontade com o atual PGR, por sua atuação contra a Lava-Jato. E por isso Aras já recebeu o aceno do governo de que não haverá, da parte de Lula, nenhuma ordem ou gesto nos bastidores para que tirem sua paz depois do final do mandato.

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