Ao assumir a presidência rotativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas no último dia 1º, seis dias antes dos ataques do grupo terrorista Hamas contra Israel, o Brasil anunciou que dedicaria uma sessão do colegiado à questão da Palestina na programação de seu mandato à frente do conselho, que dura até o fim do mês.
- Diplomacia: Por ora, Brasil não vai propor sanções ao Hamas no Conselho de Segurança da ONU
- Briga evangélica: Deputado ligado a Malafaia acusa aliado de Edir Macedo de acordo com PT
O que a diplomacia brasileira – e a própria inteligência de Israel, que não previu a ofensiva do Hamas – não esperava ao abraçar o tema era a deflagração de uma guerra sangrenta na região a poucas semanas da sessão. Com a crise, a reunião ganha uma importância ainda maior.
Procurado, o Itamaraty informou à equipe do blog que a sessão está mantida. Segundo a programação da diplomacia brasileira, ela será presidida pelo chanceler Mauro Vieira. A definição dessas agendas cabe ao país que exerce a presidência rotativa e costuma refletir as prioridades diplomáticas destas nações.
- Repercussão: Militante do PCdoB que zombou de vítima do Hamas será demitido de cargo na Câmara
- Leia também: Militante pró-Palestina que zombou de vítima do Hamas diz que agiu ‘no calor do momento’
O encontro, previsto para o dia 24, acontecerá no formato de debate aberto, que normalmente permite a participação de países que não integram o colegiado e organizações não-governamentais – estes sem direito a voto –, além de integrantes do Secretariado-Geral da ONU.
Com intensidade jamais vista, Hamas ataca Estado de Israel; veja fotos do conflito
A questão palestina já havia sido citada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em setembro.
- WhatsApp: Participe do novo canal da Malu Gaspar e receba notícias e bastidores exclusivos
- Paraná: TRE marca depoimento de Sergio Moro em ação que pode levar à cassação de mandato
“A promoção de uma cultura de paz é um dever de todos nós. Construí-la requer persistência e vigilância. É perturbador ver que persistem antigas disputas não resolvidas e que surgem ou ganham vigor novas ameaças. Bem o demonstra a dificuldade de garantir a criação de um Estado para o povo palestino”, declarou Lula na ocasião.
Outros dois debates abertos estão previstos: um sobre esforços diplomáticos para antecipar e solucionar conflitos, no dia 20, e outro sobre a participação feminina em missões de manutenção de paz, as chamadas “peacekeeping”, e de segurança internacional no âmbito das Nações Unidas.
- Golpismo: Bolsonaristas tinham data limite para golpe contra Lula, apontam investigações da PF
- E ainda: PF avança em apuração sobre ação de ‘kids pretos’ nos atos golpistas de 8 de janeiro
Até o momento, o Conselho de Segurança só se reuniu uma vez para discutir o conflito em uma reunião fechada convocada em caráter emergencial pelo Brasil no último domingo (8).
Como não houve consenso entre os integrantes, nenhuma resolução foi assinada. O Brasil convocou uma nova reunião emergencial que deve ocorrer até a próxima sexta-feira (13), como mostrou O GLOBO.
- Congresso: O acordo que levou governo Lula a abrir mão de Braga Netto na CPI do 8 de janeiro
- Golpismo: 'Por minha Pátria eu morro. E também mato e faço coisas que não vou listar aqui', escreveu alvo da PF
O Brasil foi eleito em junho de 2021 para assumir uma das dez vagas para membros não-permanentes em um mandato de dois anos a partir de janeiro de 2022. Estes países alternam a presidência do conselho junto dos cinco membros permanentes – Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França.
Esse é o 11º mandato do país no Conselho de Segurança desde a fundação da ONU, em 1945 – o desempenho superado apenas pelo Japão entre os países não-permanentes que integraram o colegiado.