A despeito dos desdobramentos da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (8), o Exército decidiu que não abrirá neste momento apurações disciplinares contra militares implicados na trama golpista que tinha como objetivo manter Jair Bolsonaro na presidência.
- Operação: Mauro Cid temia ser preso por estratégia golpista contra urnas, mostram diálogos
- WhatsApp: Participe do novo canal da Malu Gaspar e receba notícias e bastidores exclusivos
Segundo apurou a equipe do blog, a instituição só tomará medidas internas após a conclusão das investigações da Justiça civil, mas cumprirá os pedidos de afastamento das funções da ativa.
Ao todo, dez militares foram alvos de mandados de busca e apreensão ou de prisão, além de membros da reserva e do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. Entre os integrantes do Exército presos nesta quinta-feira estão o coronel Marcelo Câmara e o major das Forças Especiais Rafael Martins de Oliveira.
- Adesão golpista: General alvo prometeu a Bolsonaro que botaria tropa na rua para sustentar golpe, diz PF
- Leia também: Bolsonaro tem que entregar passaporte, não pode ter contato com outros alvos da PF e não pode sair do país
O coronel Bernardo Romão Corrêa Netto, que está nos Estados Unidos e também teve sua prisão determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, será repatriado pela instituição para o cumprimento do mandado de prisão, como antecipou a colunista do GLOBO Bela Megale.
Veja os alvos da operação que mira Bolsonaro e aliados
Os demais sete militares alvos da PF tiveram a suspensão de suas funções determinada por Moraes.
- Epicentro: Ministro da Defesa de Bolsonaro admitiu que papel de militares em comissão do TSE era reeleger presidente
- Prova: Bolsonaro e comandantes não sabiam que estavam sendo filmados em reunião contra o TSE; saiba o teor
O chefe do Exército, general Tomás Paiva, foi comunicado previamente sobre o teor da operação, mas não foi informado sobre quais militares seriam alvo da PF. A diretriz interna é apoiar institucionalmente as investigações do Supremo e, ao mesmo tempo, manter a salvaguarda institucional aos investigados.