O presidente Lula errou fortemente no tom sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, jogando contra inclusive da intenção de ser um dos interlocutores da pacificação do conflito entre os dois países. Tomou claramente o lado da Rússia ao fazer as declarações que fez. No domingo, afirmou que a Europa e os Estados Unidos estão prolongando o conflito ao ajudar os ucranianos. Em outro momento comparou os dois países, Rússia e Ucrânia, como tendo igual responsabilidade, só que um é o país invasor e o outro é o invadido.
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Lula recebeu ontem o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, que ao sair disse que os dois países têm posições similares.
Tudo isso produz uma crise diplomática com a Europa e EUA. E o Brasil acabou se descredenciando no papel almejado de ser um dos interlocutores da pacificação ao ir para o lado do país agressor, que é a Rússia.
O presidente chegou a defender no início do mês que a Ucrânia ceda nas discussões, ao dizer que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não pode ficar com novos territórios invadidos, mas que ao mesmo tempo, os ucranianos não podem ter tudo, em uma referência à Criméia.
O chanceler Mauro Vieira disse que o Brasil trata de paz, e não de guerra. Mas não foi isso que se ouviu até agora do presidente e da diplomacia brasileira. O Brasil quebrou um princípio fundamental da política externa brasileira, que é a defesa da integridade territorial dos países.