Por Míriam Leitão

Jornalista há mais de 50 anos, é colunista do jornal desde 1... ver mais

Lula erra, toma lado da Rússia e cria uma crise diplomática com EUA e Europa

A atitude do presidente acaba descredenciando o Brasil do papel almejado de ser um dos interlocutores da pacificação

Por Míriam Leitão


Sergey Lavrov e Mauro Vieira, chanceleres da Rússia e do Brasil Evaristo Sá/AFP

O presidente Lula errou fortemente no tom sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, jogando contra inclusive da intenção de ser um dos interlocutores da pacificação do conflito entre os dois países. Tomou claramente o lado da Rússia ao fazer as declarações que fez. No domingo, afirmou que a Europa e os Estados Unidos estão prolongando o conflito ao ajudar os ucranianos. Em outro momento comparou os dois países, Rússia e Ucrânia, como tendo igual responsabilidade, só que um é o país invasor e o outro é o invadido.

Lula recebeu ontem o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, que ao sair disse que os dois países têm posições similares.

Tudo isso produz uma crise diplomática com a Europa e EUA. E o Brasil acabou se descredenciando no papel almejado de ser um dos interlocutores da pacificação ao ir para o lado do país agressor, que é a Rússia.

O presidente chegou a defender no início do mês que a Ucrânia ceda nas discussões, ao dizer que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não pode ficar com novos territórios invadidos, mas que ao mesmo tempo, os ucranianos não podem ter tudo, em uma referência à Criméia.

O chanceler Mauro Vieira disse que o Brasil trata de paz, e não de guerra. Mas não foi isso que se ouviu até agora do presidente e da diplomacia brasileira. O Brasil quebrou um princípio fundamental da política externa brasileira, que é a defesa da integridade territorial dos países.

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