Por Ana Carolina Diniz

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Na batalha sobre a taxação de compras em sites chineses, a rede social ganhou

Fernando Haddad vai criar um grupo de trabalho para encontrar solução administrativa para acabar com esta brecha na lei

Por Ana Carolina Diniz


Taxação de e-commerce internacional, como Shein, Shopee e AliExpress Fábio Rossi/Agência O Globo

O presidente Lula pediu e o ministro Fernando Haddad aceitou em desistir de taxar as compras internacionais, especialmente de sites chineses. O ministro disse que o presidente pediu para procurar um outro caminho, um administrativo, e não legal, e Haddad anunciou a criação de um grupo de trabalho para encontrar uma maneira de acabar com as irregularidades, que é a venda irregular de pessoa física para pessoa física.

O governo calculava arrecadar R$ 8 bilhões com esta brecha na legislação. Se toda a confusão inibir o uso desta falha na lei para o contrabando, haverá aumento da arrecadação, pois o cálculo não levava em conta apenas as compras de US$ 50. Se encontrarem formas administrativas de impedir este contrabando, terão um aumento de arrecadação.

A verdade é que a crise foi criada pelo próprio governo ao não comunicar corretamente a medida. O assunto gerou ruído nas redes sociais, a primeira-dama Janja entrou no assunto e ampliou a confusão, a Receita divulgou nota afirmando que haveria taxação enquanto o secretário executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, negava. A rede bolsonarista aproveitou para gerar mais confusão e fake news.

O governo está correto em colocar uma lupa nestas compras irregulares. Se tivesse explicado didaticamente, poderia até ter o apoio da população já que isto gera prejuízos para a indústria local e, consequentemente, acaba afetando até o mercado de trabalho. Mas enfiou os pés pelas mãos. Nesta batalha, a equipe econômica perdeu e as redes sociais ganharam.

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