Em entrevista à Globonews, o presidente da Câmara, Arthur Lira, deixou claro: a aprovação do novo marco fiscal por larga margem foi uma vitória do governo, mas também dele mesmo. O recado foi de que o governo não deve subir no salto alto.
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Tanto Lira como Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, vêm destacando que há pautas de estado e pautas de governo, e que são as primeiras, que envolvem estabilidade econômica e monetária, que importam.
O arcabouço, aprovado ontem na Câmara, entra no primeiro caso, e sua rápida tramitação não deve ser encarada como prova da força do governo com sua base.
Esse recado tem razão de ser.
Quando houve a aprovação da urgência, integrantes do governo começaram a dizer: está vendo, o governo tem base. É por isso que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que fez um trabalho intenso e inteligente de articulação, fez questão de encontrar o presidente da Câmara e agradecer quando a urgência passou.
Na entrevista, Lira indicou que projetos ideológicos, como mudanças no marco do saneamento ou reversões na autonomia do Banco Central e privatização da Eletrobrás, não avançarão na casa.
Vale lembrar que o partido mais bolsonarista, o PL, deu 30 votos a favor do arcabouço, em parte porque foi feita essa negociação.