O real é a quinta moeda que mais teve desvalorização em relação ao dólar no ano até esta terça-feira, com -14,6% atrás das moedas de Nigéria (-42,6%), Egito (-35,8%) Sudão do Sul (-29,9%) e Gana (-21,9%). A moeda norte-americana fechou nesta terça-feira em R$ 5,66, após bater R$ 5,70. Foi o terceiro dia seguido de alta.
Dólar: Lula ameaça com medidas concretas e mercado já mapeia possíveis medidas de intervenção
O que esperar daqui para frente? É difícil prever. Segundo Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, é muito difícil falar sobre tendência para o dólar quando o movimento atual tem como origem fatores extremamente subjetivos, principalmente as declarações do presidente Lula.
- Os fundamentos macroeconômicos são para um real estável: R$ 4,50, R$ 4,80, ou seja, bem abaixo de R$ 5. Porque a gente retroage até final de 2023, meados de 2023, o real estava flutuando ali, R$ 4,50, R$ 4,80. Quando os Estados Unidos começaram a subir os juros, todas as moedas começaram a desvalorizar e o real foi junto. Infelizmente de abril pra cá houve mudança da meta fiscal e as falas do Lula, principalmente hoje com relação ao Banco Central.
Para ele, no curtíssimo prazo, o que vai pesar mais, sem dúvida alguma, é a questão doméstica. Depois de setembro em diante, pode ser que o cenário internacional pese mais, principalmente a questão das eleições nos Estados Unidos.
- Nas eleições nos Estados Unidos há mais chance de Trump (Donald) ganhar e ele anteriormente travou uma queda de braço comercial com a China, o que causa muito mais pressão no dólar. No entanto, nas últimas duas reuniões do ano do FED, se tiver uma sinalização positiva de queda de juros, pode ter um alívio na taxa.