Por Gian Amato

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Portugal começa verão sem 45 mil trabalhadores

Número da crise de mão de obra no turismo, que vive expectativa de ano recorde, é praticamente igual ao do primeiro trimestre

Por Gian Amato


Praia de São Rafael, no Algarve Dan Gold/Unsplash

RESUMO

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GERADO EM: 15/08/2024 - 11:36

Escassez de Trabalhadores no Turismo em Portugal: Desafios e Perspectivas

Portugal enfrenta escassez de 45 mil trabalhadores no turismo no início do verão, número similar ao do primeiro trimestre. A falta de mão de obra afeta o setor do Algarve, com déficit de 3 mil funcionários. Brasileiros buscam vagas, mas enfrentam longas jornadas e baixos salários. A expectativa de recorde de turismo pode impactar expansões e atendimento. Esforços do governo incluem plano para criar 193 mil empregos na próxima década, mas desafios persistem, como vagas sazonais e subvalorizadas. Medidas, como vistos para a CPLP, não tiveram o impacto esperado.

A falta de mão de obra no turismo em Portugal neste verão europeu continua praticamente no mesmo nível que estava no fim de 2022.

Segundo a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) adiantou ao “Dinheiro Vivo”, faltam 45 mil trabalhadores para o setor.

No primeiro trimestre deste ano, a lacuna de mão de obra estava em 50 mil trabalhadores antes da estação mais esperada do ano, iniciada há cerca de 10 dias.

O panorama este ano é ainda mais crítico. Há a expectativa que os números do turismo batam recordes em Portugal, como já está acontecendo.

O setor é motor da economia portuguesa e chegou a gerar 15,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Este impulso foi um dos responsáveis por renovar a imagem do país mundo afora.

Prevendo a falta de trabalhadores, os hotéis chegaram a antecipar as contratações para o verão. Mas os postos ocupados cobrem apenas 10% da demanda.

A falta de mão de obra poderá comprometer o planejamento das empresas, limitar expansões e prejudicar o atendimento.

É um problema antigo, que se repete a cada alta temporada. Em 2021, o setor terminou o ano com déficit de 85 mil trabalhadores.

Com a multiplicação dos postos desocupados e redução de mão de obra, os brasileiros conseguem no mínimo dois empregos no turismo, setor que abrange a gastronomia.

Mas o preço a pagar é alto: longas jornadas e salários baixos. Os problemas foram reconhecidos pelo Estado, que lançou um plano para abrir ainda mais vagas.

Na próxima década, o governo espera criar 193 mil empregos no turismo. A dúvida é se haverá trabalhadores dispostos a preencher as vagas de carreiras sazonais, subvalorizadas e, por vezes, sem vínculo estável.

Criado para atrair mão de obra, o visto para Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) já foi concedido a mais de 120 mil pessoas, sendo a maioria brasileira.

Mas os empresários do setor têm reclamado que a medida teve pouco impacto até agora, principalmente no Algarve, um dos principais destinos de verão na Europa.

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