Poucos brasileiros se arrependem do que fizeram durante as manifestações de junho de 2013, seja ter apoiado ou não as pessoas que foram às ruas para protestar sobre um sem-número de pautas. Os dados inéditos fazem parte da nova pesquisa do Ipec contratada pelo GLOBO.
Enquanto 4% se arrependem de ter apoiado os atos, outros 7% se arrependem de não ter dado o devido apoio. Os "convictos" são maioria: 16% dos brasileiros dizem ter apoiado as manifestações e que hoje sentem orgulho de quem se manifestou, e 41% não apoiaram, mas dizem nem sequer se arrepender disso.
Os mais orgulhosos de não terem apoiado os protestos são pessoas com escolaridade de ensino fundamental (49%), residentes em estados do Nordeste (48%), com renda familiar de até um salário mínimo, de R$ 1.320 (46%), e com idade mais avançada (45% entre aqueles de 45 a 59 anos, e 43% entre quem tem 60 anos ou mais).
Já entre aqueles que dizem ter apoiado e ainda sentir orgulho de quem foi para as ruas, a maior taxa foi registrada entre eleitores do campo da direita, residentes em capitais, no Sul e com renda familiar superior a cinco salários mínimos, de R$ 6,6 mil (todos com 20%). Entre a população de 35 a 44 anos, grupo que engloba pessoas que estavam em idade universitária dez anos atrás, o índice também é de 20%. Homens se arrependem mais de ter apoiado os protestos que as mulheres: 5% contra 2%.
Mais orgulhosos de terem apoiado:
- 20%: 35 a 44 anos
- 20%: residentes do Sul
- 20%: residentes de capitais
- 20%: renda de mais de 5 salários mínimos
Mais orgulhosos de não terem apoiado:
- 49%: Ensino Fundamental
- 48%: residentes do Nordeste
- 46%: renda de até 1 salário mínimo
- 45%: 45 a 59 anos
- 43%: 60 anos ou mais
A pesquisa foi feita com 2 mil respondentes, em 127 municípios, entre 1º e 5 de junho. A margem de erro máxima estimada é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.