Escolas privadas apoiam veto às mudanças do Enem: 'Regras precisam estar claras', diz representante do setor

Na mensagem comunicando o veto ao Congresso, o presidente justificou que isso 'poderia comprometer a equivalência das provas' e 'afetar as condições de isonomia na participação'

Por — Rio


Estudantes chegam para o segundo dia do Enem 2023 em Brasília: exame reverteu tendência de diminuição da desigualdade que vinha de 2019 Cristiano Mariz/2023

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 01/08/2024 - 16:17

Escolas privadas apoiam veto de Lula às mudanças no Enem por falta de clareza

Escolas privadas apoiam veto de Lula às mudanças no Enem por falta de clareza. Representante da Fenep destaca que é necessário debater melhor as novidades, como a inclusão dos itinerários formativos. Presidente justifica vetos visando a equivalência das provas e a isonomia nos processos seletivos. Novo formato de prova ainda precisa ser estruturado para valorizar os itinerários no Ensino Médio.

A vice-presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Abamabile Pácios, afirmou que o setor apoia o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às mudanças do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). De acordo com ela, os colégios privados entendem que faltam regras claras definidas e que, por isso, esse tema ainda precisa ser bem debatido para que uma decisão seja tomada.

Lula vetou dois artigos: o primeiro definia que o Enem cobraria os itinerários formativos, a parte das aulas que cada aluno escolhe o que estudar. Com essa retirada do texto, o exame terá apenas conteúdos da parte comum a todos os estudantes.

— As regras precisam estar claras. Hoje, não tem um norte de como isso seria cobrado no Enem. É melhor ficar do jeito que sempre foi por enquanto até que uma proposta se estruture para essa implementação — afirmou a representante da Fenep, que também faz parte do Conselho Nacional de Educação (CNE).

Na avaliação dela, é preciso a construção de uma base comum de conteúdos para os itinerários que serviria de matriz curricular para o Enem e a construção de um novo formato de prova que incluísse essa novidade. Pacios afirma ainda que isso precisa ser feito para que os itinerários sejam valorizados na escola.

— É preciso discutir isso melhor. Só suprimir esvazia essa parte do currículo do ensino médio — diz.

Na mensagem comunicando o veto ao Congresso, o presidente justificou que o formato definido na lei "poderia comprometer a equivalência das provas, afetar as condições de isonomia na participação dos processos seletivos e aprofundar as desigualdades de acesso ao ensino superior".

Outro veto é o prazo de implementação da mudança do Enem, definido para 2027. Na avaliação do presidente, esse artigo perdeu sentido com seu veto anterior.

Mais recente Próxima Relator do Novo Ensino Médio diz que é contra veto às mudanças no Enem e que Câmara avaliará decisão 'no tempo certo'