Suspeito de vazar Enem compartilhou foto uma hora e dez minutos depois do início da prova

Polícia Federal investiga homem de Sobral, no Ceará; ele será ouvido na próxima segunda-feira

Por O Globo


Imagem da redação circulou nas redes Reprodução

As investigações da Polícia Federal sobre o vazamento de imagens da prova do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) apontam que as fotos foram compartilhadas apenas uma hora e dez minutos depois do início da aplicação. As informações são do jornal "Diário do Nordeste".

Responsável pelo inquérito, o chefe da Delegacia de Polícia Federal de Juazeiro do Norte, Daniel Ramos, afirmou ao jornal que a investigação começou pela PF do Paraná após um morador do estado compartilhar a fotografia nas suas redes sociais. No entanto, ele alegou que retirou a imagem de um grupo do WhatsApp.

As apurações chegaram, então, em um supeito de Sobral, no Ceará. Ele postou uma foto da página do tema da redação em um grupo de WhatsApp às 14h40, uma hora e dez depois do início da aplicação. O homem será ouvido na próxima segunda-feira. Os investigadores, no entanto, ainda buscam descobrir se ele foi o autor das imagens.

Os portões do Enem são fechados às 13h e, às 13h30, começa a prova. Os alunos podem sair a partir das 15h30, mas sem o conteúdo do exame. Isso só é possível para os que deixam os locais de prova a partir das 18h30.

Em 5 de novembro, dia de aplicação da primeira prova do Enem em 2023, a reportagem de O GLOBO teve acesso a imagens de todas as páginas da prova às 15h30, três horas antes de ser permitida a saída do local de aplicação com a prova.

De acordo com a PF, o ato de vazar o tema da redação da prova pode configurar crime de fraude em certame de interesse público. Em caso de condenação, a pena pode chegar a oito anos de prisão.

O nome da operação, Limite Virtual, "busca alertar as pessoas sobre os limites que devem ser impostos nas redes sociais", informou a Polícia Federal.

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