Ciclone forte e incomum chega ao Sul: ventos podem ultrapassar 100 km/h

Classificada pela Marinha como tempestade subtropical, fenômeno deve afetar o Sul a partir desta madrugada

Por Melissa Duarte e Pâmela Dias — Brasília


Áreas da Nona Ala, em Nova Orleans, inundadas após os furacões Katrina e Rita. O aumento do nível do mar pode deslocar 280 milhões de pessoas em um cenário otimista de um aumento de 2°C na temperatura global em comparação com a era pré-industrial. Com um aumento previsível da frequência de ciclones, muitas megacidades costeiras, bem como pequenas nações insulares, seriam inundadas todos os anos a partir de 2050 — Foto: ROBYN BECK / AFP

A Defesa Civil Nacional alertou para os riscos de um ciclone subtropical de trajetória incomum e rara intensidade que ganhou força e deve atingir o Rio Grande do Sul hoje e, depois, Santa Catarina. Classificado como Tempestade Subtropical “Yakecan”pelo Centro de Hidrografia da Marinha, o fenômeno virá acompanhado de rajadas de vento que poderão ter força de furação em alguns pontos, ultrapassando 100 km/h e gerando ondas de até seis metros. A Marinha monitora a situação e alerta navegantes.

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As informações foram divulgadas ontem pelo site especializado em meteorologia MetSul, e confirmadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) do Ministério do Desenvolvimento Regional, em entrevista coletiva à imprensa na noite de ontem. A situação está em aviso laranja, que estipula rajadas de vento de até 100 km/h, com possibilidade de aumento da velocidade, alcançando a categoria vermelha entre a tarde e a noite.

Ciclone subtropical — Foto: Arte O Globo

— Todo mundo fica assustado com o nome “ciclone”. Mas, antes de qualquer coisa, quero deixar claro que toda frente fria tem um ciclone extratropical associado. Essa em específico passou o ciclone extratropical junto com a frente, só que ele se desprendeu dela. Isso faz que com ele mude de categoria e se vire ciclone subtropical, porque está no extremo Sul do Rio Grande do Sul — explica a coordenadora de Meteorologia do Inmet, Marcia Seabra.

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Segundo o o diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Miguel Ivan, esse ciclone "pode ser algo parecido com 2004”, numa referência ao furacão que atingiu Santa Catarina, que registrou ventos de 180 km/h. Não se descarta que o ciclone permaneça em alto-mar.

Projeções metereológicas indicam que pode cair neve na serra gaúcha e no extremo sul do Paraná, chegando a temperaturas negativas. Os ventos podem levar à queda de galhos.

— Pode causar destelhamento, queda de galhos e de postes. A orientação é que a população permaneça em casa, desligar a energia da tomada e fechar janelas quando houve rajadas mais fortes — afirmou diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) do MDR, Armin Braun.

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Além disso, a recomendação é que a população contate a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros pelos números 197 e 193 em caso de risco. A Marinha, que classificou o evento como “tempestade tropical”, monitora a situação e alerta navegantes.

Em nota, a MetSul apontou que trata-se de uma situação de perigo elevado e risco à população, com alta probabilidade de danos a serviços públicos como água e energia. Moradores de municípios do Sul e do Leste do Rio Grande do Sul devem enfrentar várias horas seguidas de vento muito forte a intenso com rajadas violentas.

— Alguns modelos meteorológicos chegam a indicar ventos de 130 km/h. As rajadas avançam do Sul para Santa Catarina também com ventos acima de 100 km/h. A perspectiva é de dois dias ventosos, com transtornos e sensação de frio muito forte. Esse fenômeno tem informações surpreendentes, então o ideal é acompanhar as atualizações — explica a meteorologista do MetSul, Estael Sias.

Para esta semana, a Marinha do Brasil alertou aos pescadores, esportistas e navegantes que consultem informações nos canais da instituição antes de entrarem no mar. Em alto-mar, a previsão é de ondas de três a seis metros.

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