'Chame a Frida': atendente virtual da Polícia de Minas recebe denúncias sobre casos de violência doméstica; entenda

Projeto foi aderido por mais de 40 cidades do estado e é acionado por WhatsApp

Por — Rio de Janeiro


Frida é a nova atendente virtual para casos de violência doméstica em Minas Gerais; entenda Divulgação

RESUMO

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GERADO EM: 26/06/2024 - 04:00

Frida da Polícia de Minas: Facilitando Denúncias de Violência Doméstica

Atendente virtual Frida da Polícia de Minas facilita denúncias de violência doméstica via WhatsApp, com foco em acolhimento e orientação. Projeto aderido por mais de 40 cidades do estado.

A Polícia Civil de Minas Gerais divulgou, nesta sexta-feira, uma nova maneira de facilitar o atendimento a casos de violência doméstica no estado. Criada para acolher, orientar e socorrer mulheres em situação de vulnerabilidade, a atendente virtual Frida já está disponível para ser acionada pelo WhatsApp em Santa Luzia e em outras 45 cidades do estado de MG.

Dentre as funcionalidades do serviço estão o direcionamento das vítimas de violência doméstica a soluções rápidas, com esclarecimento de dúvidas sobre a Lei Maria da Pena (11340/06) e a possibilidade de realizar denúncias. Além disso, em contato com a Frida é possível realizar denúncias e agendar datas para requerimento de medidas protetivas.

De acordo com a escrivã e idealizadora do projeto, Ana Rosa Campos, a pandemia de Covid-19 evidenciou o problema das mulheres, vítimas de violência, que viviam em zonas rurais e afastadas de Delegaciais. Dessa maneira, segundo Ana Rosa, a Frida surgiu a partir da percepção de uma maior demanda de acolhimento em determinadas regiões de MG.

— Estou na Polícia há 11 anos, trabalho na cidade pequena de Manhuaçu, e o que eu faço é lidar com caso de violência doméstica. De acordo com a ONU, o Brasil está em quinto lugar num ranking de violência doméstica, sendo que Minas Gerais lidera como o estado que mais mata mulheres por feminicídio, devido à extensa zona rural. Com a pandemia do Covid-19, enfrentamos um gravíssimo problema, mas em Minas ficou muito acentuado porque temos uma extensa área de zona rural, com mulheres que vivem afastadas da cidade. Como essas mulheres iriam chamar a polícia? Acessar os serviços das delegacias? Porque elas estavam em casa, confinadas com estes maridos. Pensando nisso, eu tive a ideia de criar um projeto que levasse a delegacia para casa dessas mulheres, onde elas pudessem acessar o serviço e nos afazer os domésticos delas ali —, explicou Ana.

Violência contra a mulher — Foto: Editoria de Arte

Ana ainda contou que a ideia de usar o WhatsApp e não desenvolver um aplicativo específico ocorreu pela facilidade do uso e do acesso dentro do app.

— Poderíamos pensar num aplicativo, mas eu pensei em criar um chatbot no WhatsApp porque fica mais fácil para a mulher acessar, fica mais fácil para essa mulher entender esse acionamento e mais fácil de usar. O aplicativo, às vezes, tem que baixar no celular e precisa de um aparelho mais moderno e já o WhatsApp é um aplicativo mais leve que qualquer celular comporta. Para além disso ainda, o WhatsApp funciona, na maioria dos casos, alguns pacotes, por exemplo, que existem no Brasil, funcionam mesmo sem crédito —, detalhou a idealizadora.

Ao ser acionada, a Frida usa um banco de dados de mensagens automáticas e pré-programadas para o acolhimento da vítima, com o direcionamento dos casos e avaliação de risco, mediante possibilidade de acionar a Polícia presencialmente. O nome do projeto é uma homenagem à pintora mexicana.

— Não utilizamos sequer um real do serviço da máquina pública para desenvolver esse projeto. Fizemos tudo apenas com o celular e o uso de um aplicativo que desenvolveu o chatbot. O robô se chama Frida, em homenagem à pintura mexicana Frida Kahlo, que, até onde se sabe, foi a primeira artista plástica que pintou um quadro sobre feminicídio, que é justamente a alma do projeto Chame a Frida. A alma é impedir que mulheres sofram violências em razão da violência de gênero, em razão da condição do sexo feminino, do gênero feminino —, explicou a escrivã Ana Rosa.

A inauguração oficial do projeto foi feita na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade.

Veja a lista das cidades que já aderiram ao projeto Frida:

  • Barbacena - (31) 99387-4041
  • Betim - (31) 97557-1555
  • Bocaiúva - (31) 98235-8481
  • Bom Despacho - (31) 98402-8293
  • Brasília de Minas - (31) 98408-4214
  • Caratinga - (31) 97595-4443
  • Claro dos Poções - (31) 97320-0666
  • Coração de Jesus - (31) 98239-1098
  • Divinópolis: (31) 98428-8728
  • Espinosa - (31) 98237-7072
  • Francisco Sá - (31) 98230-5386
  • Formiga:(31) 98471-6323
  • Glaucilândia - (31) 97320-0666
  • Grão Mogol - (31) 98236-4383
  • Guanhães – (31) 98233-5283
  • Itabira - (31) 9398-6100
  • Itacambira - (31) 97320-0666
  • Itacarambi - (31) 99161-5426
  • Itaúna - (31) 9370-0990
  • Jaíba - (31) 98259-4668
  • Janaúba - (31) 99370-1333
  • Januária - (31) 98494-6608
  • Juatuba – (31) 99296-1268
  • Juiz de Fora - (31) 99141-6954
  • Juramento - (31) 97320-0666
  • Manga - (31) 98232-7035
  • Manhuaçu - (31) 99410-0807
  • Mato Verde - (31) 99815-2290
  • Mirabela - (31) 98231-4302
  • Montalvânia - (31) 98239-4946
  • Monte Azul - (31) 98230-3552
  • Montes Claros - (31) 99806-6267
  • Nova Serrana: (31) 98480-8697
  • Ouro Preto - (31) 97595-3335
  • Paracatu - (31) 7595-4774
  • Pará de Minas: (31) 98482-4818
  • Porteirinha - (31) 98453-3297
  • Ribeirão das Neves - (31) 97595-2333
  • Rio Pardo de Minas - (31) 98236-2826
  • Salinas - (31) 98251-1386
  • Santa Luzia - (31) 98483-7062
  • São Francisco - (31) 97557-1444
  • São João da Ponte - (31) 98410-6335
  • São João do Paraíso - (31) 98232-4852
  • Taiobeiras - (31) 98230-4036
  • Três Corações - (31) 99363-1497
  • Varzelândia - (31) 98231-6762

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