Apreensão de brasileiros com R$ 26,7 milhões de cocaína na França foi 'a maior em um cruzeiro'

Três mulheres e um homem foram presos com 95 kg da droga na embarcação de luxo em Marselha; suspeitos se passavam por influencers e esconderam entorpecentes em malas

Por O Globo — Rio de Janeiro


Brasileiros presos em cruzeiro de luxo, na França, esconderam cocaína em malas Divulgação/Alfândega da França

A apreensão de 95 kg de cocaína com quatro brasileiros - três mulheres e um homem - foi a maior já registrada em um navio de cruzeiro no porto de Marselha, o principal da França, de acordo com a Direção Geral de Alfândegas (DGA) do país. O grupo detido havia escondido os entorpecentes dentro de malas encontradas em suas cabines. A droga foi avaliada em cinco milhões de euros, valor equivalente a R$ 26,7 milhões.

O quarteto foi preso no dia 2 de maio no cruzeiro Costa Favolosa, que deixou o Brasil em 18 de abril. Em depoimento, os investigados admitiram que foram recrutados pela maior facção criminosa de São Paulo para atuar como mulas do tráfico internacional de drogas. Eles viajavam se passando por turistas e influencers do Instagram.

Polícia prende quatro brasileiros que levavam R$ 26,7 milhões de cocaína no cruzeiro Costa Favolosa, na França — Foto: Divulgação/Costa Cruzeiros

"Esta é a maior apreensão de cocaína em um navio de cruzeiro no porto de Marselha. Em 2022, 11 kg de cocaína foram descobertos por funcionários da alfândega na cabine de um passageiro em um cruzeiro transatlântico", informou a DGA.

O órgão alfandegário francês também afirmou que a droga foi carregada a bordo antes do navio ser atracado no porto de Marselha. E acrescentou que as investigações preliminares dão conta que a cocaína deveria ser desembarcada na cidade.

O recorde anterior de entorpecentes apreendidos em um navio de cruzeiro havia sido registrado em 2022, quando 11 kg de cocaína foram descobertos por funcionários da alfândega na cabine de um passageiro em um cruzeiro transatlântico.

Brasileiros presos em cruzeiro de luxo, na França, esconderam cocaína em malas — Foto: Divulgação/Alfândega da França

Flagrante

De acordo com a imprensa francesa, a cocaína foi descoberta após os agentes estranharem o comportamento de um casal de brasileiros. A jovem e seu "namorado" desembarcavam do navio com uma mala de rodinhas. Mas voltaram para dentro da embarcação quando perceberam que seriam abordados pelos policiais.

Cerca de 1h depois, a mulher volta com uma mochila e, novamente, tenta recuar ao ver os agentes se aproximando. Ela então joga sua bolsa no mar. Dentro dela foram encontrados 8,4 kg de cocaína.

Os policiais revistaram a cabine onde a brasileira estava. No local havia um recibo de reserva de outro quarto no mesmo navio, em nome de outras duas brasileiras, que já tinham desembarcado.

Durante revista neste segundo quarto, os policiais localizaram o "namorado" da brasileira que jogou a mochila com drogas no mar. E embaixo da cama os agentes encontraram malas com 86,4 kg de cocaína.

As outras duas brasileiras foram presas quando souberam que o "casal" havia sido detido pela polícia. Elas já haviam entregue duas malas em um apartamento alugado pela plataforma AirBnb, em Marselha, mas voltaram ao navio para tentar resgatar o restante dos entorpecentes, e acabaram detidas.

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Em depoimento, os quatro brasileiros com idades entre 26 e 31 anos admitiram o envolvimento com o tráfico internacional de drogas. Eles assumiram que foram recrutados para levar uma carga de cocaína para a Europa.

Os quatro suspeitos não detalharam como as drogas foram passadas para eles ou se costumavam operar juntos. Os investigadores tentam descobrir se havia drogas nas malas que as duas mulheres chegaram a despachar no apartamento alugado pela plataforma AirBnb. A polícia também busca identificar quem pegou as bagagens e fez a reserva do imóvel.

Em nota, a empresa responsável pelo cruzeiro, Costa Crociere, confirmou que substâncias ilegais foram encontradas com hóspedes. "A companhia não pode fornecer outros detalhes sobre o caso, que agora é supervisionado e tratado pelas autoridades locais e internacionais de acordo com as leis aplicáveis", diz ainda o texto.

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