A Polícia Federal da Austrália prendeu, nesta quinta-feira, dois homens suspeitos de traficarem um carregamento de 600 kg de cocaína, avaliado em R$ 636 milhões, do Brasil para o país da Oceania. Um holandês, de 25 anos, e um australiano, de 49, foram detidos, sem direito à fiança, e devem se apresentar em um tribunal de Sydney em maio. Pelo crime, eles podem ser condenados à prisão perpétua.
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A investigação teve início em novembro do ano passado, quando a carga foi localizada no Porto do Pecém, no Ceará, nas paredes e pisos de quiosques de praia que aguardavam o envio para a Austrália. A droga, confiscada durante uma operação de rotina da PF e da Receita Federal, foi retirada do interior das unidades, que seguiram viagem normalmente.
As autoridades australianas foram avisadas do episódio. O carregamento chegou ao porto de Sydney no dia 8 de fevereiro. Nesta quarta-feira, os quiosques foram entregues a um galpão de armazenamento industrial no oeste de Sydney. A polícia local vigiava o transporte da mercadoria e prendeu os dois homens logo em seguida.
"Agentes testemunharam os homens chegarem ao armazém e permanecerem inúmeras horas com a porta rolante fechada, saindo intermitentemente para obter ferramentas e outros instrumentos suspeitos de serem usados para acessar a remessa", diz nota divulgada pela Polícia Federal da Austrália (AFP, na sigla em inglês). A dupla foi detida ao deixar o galpão.
Dentro do local, foram encontrados quatro quiosques refrigerados para frutas. Segundo a AFP, será alegado na Justiça que a dupla usou ferramentas para abrir as partes das unidades onde o carregamento de cocaína estava.
Um mandado de busca e apreensão também foi cumprido no veículo usado pela dupla. 15 mochilas foram confiscadas, assim como celulares, cartões de crédito, recibo e ferramentas.
— Uma importação desta dimensão poderia ter sido responsável por cerca de três milhões de negócios individuais de cocaína nas ruas, o que pode causar estragos e danos significativos à comunidade australiana. As investigações sobre a origem das drogas continuam em curso. — disse Kate Ferry, da AFP.
Segundo a PF, a apreensão da cocaína não foi divulgada em novembro para não atrapalhar as investigações das autoridades australianas.