Como mãe e padrasto presos pela morte de menina de 3 anos em SC tentaram despistar a polícia com falsa narrativa; entenda

Responsáveis por Isabelle de Freitas mentiram à polícia sobre sequestro, mas versão acabou desmontada pelos investigadores

Por O Globo — Rio de Janeiro


Isabelle estava desaparecida desde o dia 3: polícia acredita que padrasto e mãe mataram a menina Reprodução

A mãe e o padrasto de Isabelle de Freitas assumiram que bateram na menina Isabelle de Freitas, de 3 anos, para aplicar uma "correção" e o casal foi indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver e está preso. Mas, antes da confissão, a dupla tentou despistar a polícia criando uma narrativa paralela ao que de fato ocorreu na dinâmica criminosa. A vítima "morreu de tanto apanhar", conforme relato do delegado-geral Ulisses Gabriel.

Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que a mãe e o padrasto abandonam a mala usada para esconder corpo da menina. Os policiais encontraram os restos mortais da criança nesta quarta-feira, dois dias após o crime.

Segundo os investigadores, o casal tentou criar um cenário de possível sequestro, indicando que um carro teria levado a vítima. "Porém com o avançar das investigações ficou comprovado que as alegações do casal foi combinada entre eles e não se sustentava", diz a nota da polícia.

Câmera flagra momento em que mãe e padrasto saem com o corpo de menina de 3 anos em SC

"Segundo apurado, após agredirem a criança e perceberem que a menina estava sem vida, ambos concordaram em se livrar do corpo e decidiram colocar a vítima numa mala e enterrar o corpo nas proximidades da BR 470", informou a Polícia Civil.

O carro citado como suspeito foi identificado pela equipe de investigação e ficou comprovado que se tratava apenas de mais um artifício criado pelo casal para tentar despistar a polícia e criar um cenário de possível sequestro da menina — que nunca ocorreu.

Durante o primeiro dia de investigação, cerca de 12 pessoas foram ouvidas e, com o avançar das apurações, foi possível desconstruir a narrativa combinada dos pais (mãe e padrasto) que, por fim, acabaram por confessar o crime.

Local em que corpo de menina de 3 anos foi encontrado, em área de mata de Indaial (SC) — Foto: Polícia Civil SC

— Eles alegaram (que deram as pancadas) para fins de correção, por problemas rotineiros, como o fato de a criança não querer se alimentar, por exemplo — revelou o delegado Filipe Martins. O casal confessou o assassinato, informou a Polícia Civil. A localização do cadáver foi indicada pelo próprio padrasto de Isabelle.

— O vídeo mostra o momento em que o casal abandona a mala utilizada para transportar a criança, imediatamente após enterrarem-na em região de mata — afirma o delegado.

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