Escola onde filha de Samara Felippo foi alvo de racismo diz que vai definir 'ações de reparação'

Atriz denunciou que colegas do 9º ano pegaram um caderno da garota negra, arrancaram folhas e escreveram ofensas raciais

Por — Rio de Janeiro


A atriz Samara Felippo Reprodução/Instagram

Um episódio de racismo contra a filha mais velha da atriz Samara Felippo causou surpresa e indignação na Escola Vera Cruz, uma das mais tradicionais em São Paulo. Depois de a atriz registrar um boletim de ocorrência, o 14º Distrito Policial, em Pinheiros, vai investigar o caso, que repercutiu nas redes sociais ao vazar de grupos de WhatsApp dos pais dos alunos. Em nota, a instituição de ensino afirmou que ainda vai definir "ações de reparação".

“Nosso compromisso de combate ao racismo não impede que agressões indesculpáveis continuem a acontecer”, lamentou a escola, em comunicado aos pais.

Colegas do 9º ano da adolescente furtaram seu caderno, arrancaram algumas folhas com um trabalho de pesquisa “que valia nota” e escreveram “uma frase de cunho racista, grave e criminosa”, segundo contou a atriz ontem, em entrevista no Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo. A vítima, de 14 anos, é filha da atriz com o ex-jogador de basquete Leandrinho, que mora nos Estados Unidos.

Escola promoveu encontro

A escola disse também que promoveu um encontro com mediação entre as duas alunas acusadas de racismo e a vítima. O colégio aponta que as duas foram suspensas por tempo indeterminado e que não há conhecimento de qualquer outra atitude racista de ambas as estudantes.

Samara revelou o caso anteontem nas redes sociais, dizendo que estava “no meio de turbulência” e questionou se uma criança ou adolescente preto precisava ser humilhado para que a Vera Cruz constatasse que “suas políticas antirracistas falham miseravelmente”. Ao g1, ela afirmou ter pedido a expulsão das alunas envolvidas. Na entrevista a Patrícia Poeta, a atriz disse que a filha já havia sido vítima de racismo na escola quando morava no Rio:

— Não dá mais para as escolas relativizarem um crime previsto em lei. Esse debate precisa ser levado adiante com seriedade.

Os pais de uma aluna que admitiu ter participado da agressão anunciaram em um grupo de troca de mensagens que vão retirá-la do colégio. Eles disseram ter levado um “susto” quando a jovem contou há uma semana que havia participado da agressão. O casal afirmou também ser “uma família progressista” e ressaltaram que pediram desculpas a Samara e à filha.

“Nossa filha sempre foi uma menina educada e afetiva com as amigas”, escreveram. “É uma adolescente em formação como cidadã. Que comete erros e acertos, como todos nós já cometemos em nossas vidas”, alegaram.

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