A Polícia Civil desarticulou uma organização criminosa que movimentou pelo menos R$ 2,5 milhões com fraudes em revendas de veículos na Cidade do Automóvel e em Santa Maria, no Distrito Federal. Os suspeitos são apontados como responsáveis por um esquema que consistia em enganar os clientes e obter vantagens financeiras. Cinco pessoas foram presas — uma mulher e quatro homens —, entre elas o proprietário da Torres Multimarcas, identificado como Jorge Torres Rodrigues, de 43 anos.
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As investigações tiveram início após diversos registros de ocorrência na 8ª DP (Estrutural) por estelionato e apropriação indébita praticados pelos administradores da loja, que tem unidades na Cidade do Automóvel e em Santa Maria. No dia 13 de maio, segundo o delegado Rodrigo Carbone, responsável pela apuração do caso, os envolvidos fecharam o estabelecimento abruptamente e desapareceram com aproximadamente 200 carros que estavam no pátio, à venda.
— Esse número é por estimativa, a gente ainda não conseguiu catalogar de forma definitiva, mas estima, porque são duas lojas, uma em Brasília e uma em Santa Maria. A de Brasília é mais especificamente na Cidade do Automóvel. Eles fecharam abruptamente as lojas e sumiram com esses veículos — explica.
Como agia o grupo?
O grupo criminoso lesou ao menos 70 pessoas. As vítimas foram enganadas de diversas maneiras. Segundo a Polícia Civil, algumas deixaram os carros na loja para serem revendidos, mas não recebiam o valor cobrado aos administradores.
Outros deixavam na loja veículos ainda alienados. Assim, recebiam a promessa de que os proprietários quitariam o financiamento. O pagamento, no entanto, não acontecia, o cliente contraía uma dívida e acabava perdendo o veículo.
Alguns também eram compradores de veículos na loja, que não conseguiam transferir a propriedade do automóvel devido a alienações fiduciárias não resolvidas.
Durante os mandados de busca e apreensão, realizados nos estados do Piauí e Goiás, a polícia localizou quatro dos veículos desaparecidos — um Volwsvagen Up, Um Volkswagen Nivus, um Fiat Mobi e um Fiat Idea —, um notebook e cinco aparelhos de celular.
Também foram bloqueadas as contas bancárias dos envolvidos, que estão à disposição da Justiça e devem responder pelos crimes de estelionato, apropriação indébita, falsificação de documento e associação criminosa. As penas podem chegar a 18 anos de prisão.