Tatuador que ficou cego após ter soda cáustica jogada no rosto por ex-companheira em MS pede indenização de R$ 1,3 milhão

Crime aconteceu em fevereiro de 2023; mulher foi presa em junho deste ano, após ser capturada em Curitiba (PR)

Por — Rio de Janeiro


Tatuador que ficou cego após ter soda cáustica jogada no rosto por ex-companheira em MS pede indenização de R$ 1,3 milhão Reprodução/Redes Sociais

RESUMO

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GERADO EM: 02/08/2024 - 11:12

Tatuador cego por ataque com soda cáustica pede indenização milionária; agressora está presa. Alegações de violência doméstica e impacto psicológico. Advogado destaca perda de sustento. Caso ocorreu em 2023, gerando queimaduras e cegueira. Batalha legal se estende.

Tatuador Leandro Coelho Marques, cego após ataque com soda cáustica da ex-companheira em MS, pede indenização de R$1,3 mi. Agora, Sônia Obelar Gregório está presa em Curitiba. Defesa alega violência doméstica e possíveis efeitos psicológicos. Advogado de Leandro afirma a necessidade da indenização diante da perda de sustento. Crime ocorreu em 2023, gerando queimaduras graves e perda de visão. A batalha legal promete ser longa.

Cego após ter soda cáustica jogada no rosto pela ex-companheira no estado de Mato Grosso do Sul em 2023, o tatuador Leandro Coelho Marques, de 32 anos, oficializou nesta semana o pedido de uma indenização de R$ 1,3 milhão por parte da autora do crime, Sônia Obelar Gregório, de 43 anos. A mulher foi presa em junho deste ano, quando foi capturada pela Polícia Civil do Paraná, para onde havia fugido.

O ataque aconteceu em 22 de fevereiro do ano passado, quando Leandro e Sônia já estariam separados. O homem voltava da academia e pilotava uma motocicleta quando encontrou com a ex-mulher em uma rua do bairro Aero Rancho, em Campo Grande (MS). No local, Sônia já aguardava o ex-companheiro com uma jarra de soda cáustica. Quando Leandro se aproximou, ela jogou o produto químico no rosto dele.

Leandro teve queimaduras graves na face e perdeu a visão. Após o crime, Sônia fugiu do estado. Ela foi capturada 16 meses depois, em Curitiba, após a Vara Criminal de Campo Grande expedir um mandado de prisão pelo crime de lesão corporal gravíssima. Ela segue presa no Paraná.

Ao GLOBO, o advogado Gustavo da Fonseca, que representa Leandro, confirmou o pedido de indenização e pensão vitalícia.

— Ela tirou a oportunidade do sustento da vida dele, de poder se manter até atingir o final da vida. Infelizmente a gente sabe que não vai ser uma luta fácil, é um processo que mesmo com sentença favorável o recebimento pode levar muitos anos, mas é o que precisa ser feito — diz o advogado.

Violência doméstica

Em nota, a defesa de Sônia diz que o crime é reflexo da "prática reiterada de violência doméstica contra a mulher", em uma sequência de episódios que assumiu “contornos imprevisíveis”. Segundo o advogado Gulherme Calegari, que representa a autora do crime, ela chegou a registrar ocorrências contra o ex-marido, uma delas em 2021.

“Leandro se aproxima voluntariamente dela com a moto [no dia do crime] e, a partir daí, não se sabe o que ele disse, ou a que tipo de intimidação ela foi submetida, mas aparentemente em um ato de desespero ela arremessou o produto de limpeza nele”, diz a nota.

A defesa da mulher também afirma que ela procurou a polícia na ocasião do crime, alega que a corporação não marcou data e horário para que ela prestasse esclarecimentos. O advogado de Sônia diz, ainda, que entrará com pedido de laudo médico a fim de “mensurar os efeitos psicológicos das agressões e até que ponto isso pode ter influenciado na percepção da realidade dos fatos” por Sônia.

“Diante das ameaças que ela vinha sofrendo, acabou saindo de Campo Grande, mas em nenhum momento pretendeu fugir (...) Sônia jamais se negará a prestar os esclarecimentos que forem necessários e, sobretudo, a cooperar com a justiça”, diz a defesa.

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