Hortas comunitárias no Rio ajudam a combater a fome da população vulnerável

Programa também estimula a educação ambiental e difunde tecnologias para a agricultura urbana

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São mais de 3,5 mil canteiros, com salsa lisa, coentro verdão, pepino, couve manteiga, entre outros — Foto: Secretaria de Meio Ambiente da Cidade/Divulgação

Há um Rio de Janeiro que está mais perto da terra do que do mar e que mantém a tradição de plantar e colher em plena capital. Em uma área total estimada em 24,2 hectares da cidade maravilhosa, estão 3.720 canteiros, nos quais se plantam sementes de salsa lisa, coentro verdão, pepino, couve manteiga, repolho, beringela, chicória, cenoura, rúcula, cebolinha, mostarda, pimentão, alface lisa, alface americana e alho-poró, além de 177 mudas de plantas frutíferas.

Atualmente, em torno de 280 pessoas trabalham diretamente nas hortas, que são distribuídas pelas Zonas Oeste (26), Norte (22), Sul (5) e Centro (3), totalizando 56 unidades, por meio dos programas Hortas Cariocas Comunidades e Hortas Cariocas Escolas, da Secretaria de Meio Ambiente da Cidade (SMAC). São 29 hortas em comunidades e 27 na Rede de Ensino Municipal.

Responsável pela produção de cerca de 70 toneladas de alimentos orgânicos/ano, a iniciativa tem o objetivo de ampliar o acesso da população mais vulnerável a alimentos saudáveis e orgânicos, promover a geração de renda para comunidades de baixa renda e ocupar áreas vazias sujeitas a usos indevidos. O programa também estimula a educação ambiental entre os estudantes, promove a capacitação em agroecologia e segurança alimentar e difunde tecnologias para a agricultura urbana.

A implementação das hortas é feita a partir de pedido da comunidade ou da escola, por e-mail ou pelo Facebook da Secretaria. Moradores das próprias comunidades – como ou sem experiência em agricultura – integram as equipes que implementam e cuidam delas. Esses grupos são formados pelo agente integrador, que realiza o apoio regional às hortas próximas à qual o agente está loteado; encarregado, que preenche o relatório de plantio e recibo de doação; e os hortelões, que fazem o plantio e a manutenção. Cada profissional recebe R$ 1 mil, R$ 630 e R$ 500, respectivamente, atravéde bolsas-auxílio fornecidas pela Prefeitura.

Hortas Cariocas se unirão a programa de cozinha sustentável

Moradores das próprias comunidades integram as equipes que implementam e cuidam das hortas — Foto: Secretaria de Meio Ambiente da Cidade/Divulgação

O Programa Hortas vai se juntar ao Cozinhas Sustentáveis e formar o Programa Alimenta Rio, concebido para ajudar no combate à fome. A primeira unidade está sendo instalada na comunidade Chapéu Mangueira, no Leme, Zona Sul do Rio de Janeiro.

— Além de produzir e fornecer alimentos para as famílias da comunidade, com o Cozinhas Sustentáveis, também ensinaremos a fazer o processamento dos produtos da horta. Por exemplo: fazer o trabalho de beneficiamento da pimenta in natura, para que ela possa ser comercializada por um valor mais elevado — explicou o engenheiro agrícola ambiental Vinícius Pereira Rocha, técnico que trabalha no Hortas Cariocas há dois anos.

Rocha contou que metade da produção é doada para asilos, abrigos, orfanatos, creches e famílias em situação de maior vulnerabilidade, identificados pelas Associações de Moradores e, a outra metade, comercializada pelos que participam da produção – para complementar a renda.

— Nas escolas, as hortas são mantidas pelos próprios funcionários ou pessoas da comunidade escolar, que também recebem bolsas-auxílio. Nessa modalidade, a produção é doada integralmente e é usada para complementar a merenda escolar, ou encaminhada para as famílias dos alunos — disse Vinícius.

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