Um mistério em torno de uma tela do pintor italiano Rafael Sanzio (1483-1520) pode ter chegado ao fim graças à inteligência artificial. A obra em questão é "Madona da rosa", feita no fim da vida do renascentista, que retrata Maria, José, o menino Jesus e João Batista.
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Apesar da autoria de Rafael ser dada como certa, sempre se discutiu a hipótese de um segundo ou até mesmo um terceiro colaborador. Muitos atribuem a Giuliano Romano, aluno de Rafael, o rosto de José que, dizem especialistas, não parece ter sido feito pelo italiano.
Uma tecnologia desenvolvida por Hassan Ugail, professor de computação visual da Universidade de Bradford, pode ter esclarecido a dúvida histórica. Depois de analisar minuciosamente 49 obras incontestadas de Rafael, o software "aprendeu" a reconhecer com 98% de precisão as obras do mestre. No caso da "Madona da rosa", a conclusão é que a maior parte da pintura é de Rafael, mas o rosto de José foi feito por outra pessoa.
A descoberta está descrita em artigo publicado nesta quinta-feira na revista Heritage Science. A "Madona da rosa" foi comprada como um "autêntico Rafael" no século XIX por George Gordon, primeiro-ministro britânico de 1852 a 1855. Depois, chegou a ser atribuída a um artista de menor expressão, Innocenza da Imola. Posteriormente, a autoria de Rafael voltou a ser confirmada, apesar das suspeitas de ter sido feita a quatro mãos. Hoje, a "Madona da rosa" está ao alcance do público no Museu do Prado, em Madri, na Espanha.