O escritor espanhol Luis Mateo Díez, de 81 anos, foi declarado, nesta terça-feira (7), vencedor do Prêmio Cervantes, o mais prestigioso troféu da literatura em língua espanhola. O júri destacou a "prosa singular, que surpreende por seus contínuos e novos desafios" do autor de romances como "El reino de Celama", "Los ancianos siderales" e "Laciana: cielo y sueño" (todos inéditos no Brasil).
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Ainda segundo o júri, Díez combina, em suas obras, o culto e o popular e demonstra "perícia e domínio da linguagem", assim como um "humor expressionista" para retratar a complexidade humana.
Ao anunciar o resultado do prêmio, o ministro da Cultura espanhol, Miquel Iceta, descreveu Díaz como um "criador de mundos e de territórios imaginários". O escritor receberá € 125 mil em dinheiro (cerca de R$ 667 mil). A cerimônia de entrega do galardão literário ocorrerá no próximo dia 23 de abril, aniversário da morte de Miguel de Cervantes, na Universidade Universidade de Alcalá de Henares, cidade próxima a Madri, onde nasceu o autor de "Dom Quixote", em 1547. Díaz receberá o prêmio das mãos dos reis da Espanha, Felipe VI e Letizia.
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"Que bom, que maravilha ser contemplado!", disse Díez em coletiva de imprensa em Madri após ser informado da premiação. "Estou satisfeito, feliz da vida", acrescentou, descrevendo a si mesmo como autor de "uma obra muito prolífica, não sei se talvez excessivamente prolífica".
Díez é celebrado por obras que recorrem ao gênero fantástico e se afastam do realismo para tratar da Espanha do pós-guerra.
O Prêmio Cervantes é entregue desde de 1976 e já contemplou autores como Alejo Carpentier, Jorge Luis Borges, Adolfo Bioy Casares, Mario Vargas Llosa e Nicanor Parra. No ano passado, o vencedor foi o poeta venezuelano Rafael Cadenas.