David Gilmour e esposa criticam Roger Waters: defensor de Putin, misógino, ladrão e invejoso

No Twitter, Polly Samson se insurgiu contra o ex-Pink Floyd após entrevista a jornal alemão sobre a Guerra na Ucrânia e Israel

Por O Globo


O baixista e ex-pInky Floyd Roger Waters durante show em São Paulo, em 2018 Camila Cara/ Divulgação

As brigas entre os ex-integrantes do Pink Floyd David Gilmour e Roger Waters não são novidade — e não devem acabar tão cedo. Nesta segunda-feira (6), Polly Samson, esposa de Gilmour e coautora de várias músicas da banda, criticou Waters no Twitter: "Infelizmente, @rogerwaters, você é antissemita até a medula. E também é um defensor de Putin, mentiroso, ladrão, hipócrita, não paga seus impostos, lip-synching (dubla em vez de cantar), misógino, doente de inveja, megalomaníaco".

Gilmour, por sua vez, compartilhou a publicação da esposa e afirmou que cada uma das palavras que ela havia escolhido são verdadeiras.

O tuíte de Samson foi uma reação a uma entrevista de Walters ao jornal alemão Berliner Zeitung, publicada na semana passada. De acordo com uma tradução do texto divulgada no site de Waters, o músico britânico expôs suas opiniões sobre temas polêmicos, como a Guerra na Ucrânia, o presidente russo Vladmir Putin e o Estado de Israel. Ele, inclusive, lamentou que seus antigos companheiros de banda tenham gravado uma canção de protesto com o músico ucraniano Andrij Chlywnjuk. Em 2022, o Gilmour e o baterista do Pink Floyd Nick Mason lançaram a canção "Hey hey rise up", a primeira inédita em quase três décadas, para arrecadar fundos para os ucranianos.

No ano passado, Waters chegou a dizer que seu nome estava em uma lista de pessoas juradas de morte pelo governo de Volodymyr Zelensky. Ele também afirmou considerar o presidente ucraniano parcialmente culpado pelo início do conflito.

Waters é conhecido por suas opiniões políticas incendiárias. Opositor ferrenho da ocupação de territórios palestinos por Israel, ele defende que artistas boicotem o país. Em 2015, ele enviou uma mensagem a Caetano Veloso e Gilberto Gil pedindo aos baianos para cancelarem um show em Tel Aviv. "Caros Gilberto e Caetano, os aprisionados e os mortos estendem as mãos. Por favor, unam-se a nós cancelando seu show em Israel", escreveu.

A apresentação, no entanto, não foi cancelada. Caetano respondeu dizendo ser "fortemente contra a posição de direita arrogante do governo israelense". "Eu odeio a política de ocupação, as decisões desumanas que Israel tomou naquilo que Netanyahu nos diz ser sua autodefesa. E acho que a maioria dos israelenses que se interessam por nossa música tende a reagir de forma similar à política de seu país", escreveu. Já Gil disse que iria à Terra Santa cantar para "um Israel palestino".

Walters também já chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro de "porco fascista convicto". Em um show em São Paulo, em 2018, antes da eleição, ele exibiu em um telão o lema #EleNão e pediu aos brasileiros que resistissem ao "neofascismo".

— Eu sou a favor dos direitos humanos — afirmou o músico, que recebeu vaias e aplausos do público. — Prefiro estar num lugar em que o líder não acredita que a ditadura é uma coisa boa. Lembro das ditaduras da América do Sul e não foi bonito.

A conta oficial de Walters no Twitter se pronunciou ainda na segunda-feira sobre os xingamentos de Polly Samson: "Roger Walters está ciente dos comentários incendiários e descontroladamente exagerados feitos sobre ele no Twitter por Polly Samson, os quais ele refuta inteiramente". A publicação afirmou ainda que o músico está sendo aconselhado sobre como proceder.

Walters deixou o Pink Floyd em 1985 e iniciou uma guerra judicial para impedir que Gilmour e Mason usassem o nome da banda sem ele. Perdeu. Em 2013, Waters disse à BBC que se arrependia de ter processado os antigos parceiros musicais.

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