Celulares e astros pop: encontros que podem acabar no hospital

Seja por ciúmes da cara metade ou pela ansiedade do público por uma selfie, Lil Uzi Vert, Bebe Rehxa e outros artistas se vêem alvo do arremesso de aparelhos telefônicos - e de outros objetos mais insólitos


O rapper Lil Uzi Vert durante o BET Awards 2023 Kevin Winter/AFP

Telefones celulares e astros pop andam tendo uma relação traumática nos últimos tempos. Na noite de domingo, o rapper Lil Uzi Vert foi atingido por um aparelho atirado por sua namorada, JT (integrante da dupla de hip hop City Girls), durante uma discussão que tiveram durante o BET Awards 2023, no Microsoft Theatre em Los Angeles. Relatos de pessoas sentadas nas proximidades sugerem que a briga começou porque Lil Uzi estava flertando com uma colega famosa, a rapper Ice Spice.

Durante a briga, o rapper pôde ser ouvido dizendo "nem fiz nada!", mas JT já estava saindo. Ele a seguiu e os dois deixaram o local juntos. Embora ainda não haja evidências físicas de que Lil Uzi Vert estivesse flertando com Ice Spice, ele mencionou o nome a rapper em uma nova faixa, que apresentou, em primeira mão, no palco, durante a a premiação.

No último dia 18, porém, a coisa foi mais séria: durante uma apresentação em Nova York, a cantora Bebe Rexha foi derrubada por um celular que atingiu sua testa no meio de uma música, causando ferimentos, entre eles um corte em sua sobrancelha que necessitou de pontos.

Nicolas Malvagna, o fã que atirou o telefone, foi reconhecido por uma testemunha, a quem teria dito que “estava tentando ver se conseguia bater nela com o celular no final do show porque seria engraçado”. Em um comunicado, o advogado do acusado disse: “Como fã, a única intenção do Sr. Malvagna era fazer com que a Sra. Rexha tirasse fotos com seu telefone e devolvesse como lembrança. Nunca foi sua intenção ferir a Sra. Rehxa.”

Lil Uzi Vert e Bebe Rexha não foram os únicos astros que se viram em confronto com telefones celulares alheios. No ano passado, o cantor Steve Lacy quebrou um iPhone lançado no palco por um fã. Acostumado a ver celulares atirados no palco pelo seu público (na esperança de tirar uma selfie ou receber uma interação personalizada), Harry Styles deu sorte de nunca ter sido atingido por um: o que não o livrou, em novembro do ano passado, de ter um olho por alvejado um punhado de confeitos. Ele teve que fazer uma pausa no show para enxaguar o olho com água para aliviar o desconforto.

Segundo o jornal inglês "Guardian", casos como esses parecem estar acontecendo com mais frequência porque estrelas como Doja Cat, Olivia Rodrigo e Billie Eilish estabeleceram o costume de pagar os celulares dos fãs (consensualmente), filmarem um vídeo no meio do show e devolveram os telefones aos donos. É uma maneira de se tornar viral – então, por isso os fãs impacientes estariam jogando seus iPhones na esperança de que seu cantor favorito lhes deixe um presentinho.

Ouvido pelo "Guardian", o gerente de segurança da multidão Paul Wertheimer também culpa o aparente aumento da agressividade pós-pandemia verificada entre o público. “Todos nós dissemos que as multidões seriam mais indisciplinadas, desordenadas e enérgicas depois que as pessoas saíssem do confinamento”, disse ele. “Quando as multidões ficam turbulentas, as pessoas podem se sentir anônimas, e isso as leva a fazer coisas antissociais e perigosas.”

Objetos insólitos

Que o diga Lady Gaga: ano passado, em um show em Toronto, alguém da plateia arremessou uma boneca ela cantava a música tema do filme "Top Gun: Maverick" (mas ela não perdeu o ritmo e continuou sua performance).

No histórico de objetos atirados no palco, porém, nenhum bate, em termos de insólito, o que atingiu David Bowie num show em Oslo, em 2004: um pirulito, cuja haste ficou presa em seu olho esquerdo. Depois de perguntar quem tinha jogado o objeto (e não receber resposta), o astro desabafou: “Por sorte me acertaram no olho ruim!” (seu olho esquerdo ficou permanentemente paralisado por causa de uma briga na infância).

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